António Alfredo Pelembe é desde esta sexta-feira (15) o novo comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, em substituição de Joaquim Nido.
O novo comandante, ido da capital moçambicana, era chefe das operações da PRM e é indicado numa altura em que se intensificam os ataques protagonizados por homens armados, sobretudo nos distritos de Chibabava, Gorongosa, Maringue e Machanga, também contra civis.
Ele foi apresentado na cidade da Beira a vários agentes da Lei e Ordem, mas a sua cerimónia de tomada de posse foi manchada por dois ataques protagonizados por homens armados em Muxúnguè e Canda, nos distritos de Chibabava e Gorongosa, na manhã da mesma sexta-feira. Pelo menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Joaquim Nido participou na guerra dos 16 anos em Moçambique, cambiatia do lago do Governo e dirigiu a PRM de Sofala por um período superior a cinco anos, ocupando o lugar que era de Pedro Cossa, actual porta-voz do Comando-Geral da PRM.
Ainda não são conhecidas as causas do afastamento de Joaquim Nido, porém, especula-se que um dos motivos tem a ver com o facto de ele sempre ter evitado afirmar que os ataques são perpetrados por homens armados da Renamo. Em ambiente de uma guerra não declarada, o comandante cessante pautava sempre por um discurso moderado. Por vezes, chamava os protagonistas dos ataques de bandidos armados, desconhecidos e que ninguém podia provar o lado em que militavam.
Aliás, aquando do ataque ao Paiol de Savane no distrito do Dondo, Joaquim Nido não disse se eram homens da Renamo ou do exército governamental. Ordenou que no Comando Provincial da PRM em Sofala ninguém devia falar à Imprensa sobre os confrontos armados e as entrevista só podiam ser feitas ao Comando-Geral, em Maputo, onde, por vezes, Pedro Cossa, no seu papel de porta-voz, desdramatiza alguns acontecimentos mesmo em situações em que não há condições para tal.
Entretanto, alguma corrente de opinião em Sofala defende que o comandante destituído vai dirigir as operações militares nos que acontecem nos distritos de Chibabava, Gorongosa, Maringue e Machanga, onde supostamente as forças governamentais registam baixas.

