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Mursi diz que foi sequestrado por militares egípcios antes de ser deposto

O presidente egípcio deposto Mohamed Mursi disse, esta quarta-feira (13), que foi sequestrado pela Guarda Republicana e mantido numa base naval um dia antes de ter sido formalmente destituído do poder pelos militares. Havia poucos detalhes sobre o paradeiro de Mursi desde que o comandante do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi, derrubou-o e anunciou planos para novas eleições.

O advogado Mohamed Damati leu na televisão o que disse ser uma carta do líder islâmico, que ainda está preso, para o povo egípcio. Pela primeira vez Mursi indicou que estava a ser mantido aprisionado contra a sua vontade já a 2 de Julho, um dia antes de o Exército ter anunciado a remoção dele do poder, depois de manifestações em massa contra o governo.

“O amável povo egípcio tem de saber que eu era mantido sequestrado à força e contra minha vontade desde 2 de Julho até 5 de Julho numa casa da Guarda Republicana, até que eu e o meu assessor fôssemos removidos, novamente à força, para uma base naval das Forças Armadas por quatro meses inteiros”, disse Mursi, de acordo com a carta.

A Guarda Republicana é uma unidade militar de elite que protege o palácio presidencial e outros prédios do governo. Mursi e outros islamistas apareceram a 4 de Novembro num tribunal para responder a acusações de incitar a violência, relacionadas com a morte de dezenas de manifestantes diante do palácio presidencial, em Dezembro.

Os acusados são, na maioria, membros da Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi. A divulgação da carta foi a primeira vez, fora de tribunais, que as autoridades permitiram a Mursi contar a sua história. Ele acusa o Exército de ter dado um golpe. “O Egito não vai se recuperar até que tudo o que ocorreu por causa desse golpe desapareça… e haja a responsabilização de todos aqueles que derramaram por toda a parte o sangue da nação”, afirmou Mursi.

“Eu saúdo o povo egípcio que se levantou contra esse golpe, que cairá pelo poder do povo egípcio na sua luta abençoada em nome dos direitos e das liberdades.” As forças de segurança desencadearam uma acção repressiva contra a Irmandade, que venceu todas as eleições desde que um levante popular derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak, em 2011.

Centenas de pessoas foram mortas e milhares, presas, incluindo os líderes da Irmandade. Uma corte baniu o grupo.

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