A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, confirma que recebeu, na última sexta-feira (8), um convite oficial do Presidente da República, Armando Guebuza, para um encontro com o seu líder, Afonso Dhlakama, na mesma sexta-feira (8) em Maputo. Entretanto, na madrugada de domingo (10), um novo ataque armado registou-se em Canda, no distrito de Gorongosa.
O líder da Renamo foi desalojado da sua base de Satundjira, onde residia há um ano, ido de Nampula, a 21 de Outubro passado pelo exército moçambicano. Desde essa altura, há uma perseguição desenfreada contra ele, pese embora o Governo diga que não está a fazer isso. Uma das provas da “caça” ao Dhlakama é que o seu pai, um régulo de mais de 80 anos, foi sitiado na quinta-feira passada.
E ao contrário do que aconteceu há dias, em que o Chefe do Estado convidava Afonso Dhlakama para um frente a frente através dos meios de Comunicação Social, a Presidência da República não avança datas para o efeito, até porque não se sabe que em parte do país ou do mundo se encontra o líder da “Perdiz”.
Entretanto, em resposta ao convite de Guebuza, a Renamo disse, através do seu porta-voz, Fernando Mazanga, que vai desencadear esforços no sentido de procurar saber onde se encontra Afonso Dhlakama e o que pensa sobre o convite.
Refira-se, porém, que, na semana passada, a Renamo disse, em conferência de Imprensa, que não mantém nenhum contacto com o seu líder e todas as tentativas para o efeito têm sido difíceis. Mazanga afirmou ainda na altura que seria arriscado demais desafiar homens armados (referindo-se às Forças de Defesa e Segurança) e palmilhar matas à procura de Dhlakama.
Novo ataque
Enquanto isso, na madrugada de domingo (10), supostos homens da Renamo tentaram assaltar um posto policial em Canda, no distrito de Gorongosa. No tiroteio, um guerrilheiro foi morto. O mesmo posto teria sido metralhado por homens armados na quarta-feira (06) passada. Estes ataques seguem-se ao de terça-feira, na zona entre Casa Banana e Vunduzi (Sadjundjira), em que as Forças de Defesa e Segurança sofreram uma emboscada que resultou na morte de oito homens, quatro no local e igual número numa unidade sanitária, para além de 18 militares feridosç
Eleições e diálogo
Depois de a Renamo ter decido que não ia mais participar no diálogo que mantinha com o Governo, todas as segundas-feiras, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, por falta de mediadores, os encontros foram interrompidos para serem retomados no dia 25 de Novembro corrente por causa das eleições autárquicas marcadas para 20 deste mês. E a Renamo não vai participar no processo porque não concorda com a composição da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.
