No terceiro dia de campanha, Silvério Ronguana, passou por três bairros do município da Matola para “mostrar que é o candidato certo para liderar os destinos de uma cidade sem rumo”. Às 10 horas deu o pontapé de saída no mercado do bairro Patrice Lumumba e voltou a abordar a questão da reforma.
“A governação da Frelimo fracassou completamente e estamos numa cidade sem rumo”, dizia aos vendedores que encontrava no seu percurso no labiríntico mercado daquele bairro. Voltou a vincar a necessidade de uma parte taxa paga pelos vendedores servir, no caso de ser eleito, para a criação de um fundo de reforma. “Vocês têm direito. Aliás, isso é um direito fundamental e qualquer pessoa que contribui para o desenvolvimento do país deve gozar de uma velhice digna”, referiu.
Arnaldo Muchevo, vendedor daquele mercado há 10 anos, afirmou que é necessário investir no mercado. “Vendemos em condições desumanas e é preciso olhar para as nossas casas de banho para votar em qualquer partido que não seja a Frelimo. Eu não sei o que o senhor fará quando estiver a governar, mas conte com o meu voto”, disse.
Mamã Marta, não sabe a idade, é uma idosa que vende produtos perecíveis numa esquina no bairro Singhatela exige justiça: “os homens da município bateram-me e levaram os meus produtos. Eu quero que você ganhe para fazer justiça”.
Albergue
“O que vos espera na velhice”, questionou o candidato pelo MDM a um grupo de senhoras na casa dos 40 anos. “Sofrimento”, responderam em coro. “Isso pode ser evitado. Nós, se ganharmos, vamos construir albergues para as pessoas desfavorecidas. As pessoas que pretendem que vocês continuem a sofrer dizem que se trata de uma ideia lunática, mas hoje, que o transporte é um caos, dizem que a solução é metro. Eu disse isso há 13 anos e eles só agora reconhecem que devemos avançar por essa via. Um atraso histórico”, acusou.
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Efectivamente, o(s) albergue(s) que Ronguana promete construir deverão servir para que as pessoas que residem na rua ou que não tenham condições financeiras possam “tomar banho e ter uma refeição quente uma vez por dia”. Esclarece: “isso não significa, de maneira nenhuma, incentivar a preguiça, mas garantir uma noite e alimentação condigna aos nossos munícipes. Os muçulmanos dão sopa. Não é algo novo, mas é uma actividade que o município deve chamar para si e comparticipar para que mais pessoas possam beneficiar”.
Centros logísticos
“Não é normal que as pessoas tenham de ir ao centro da urbe para levantar dinheiro. Isso é experimentalismo governativo. Cada bairro pode ter um centro logístico, no qual as pessoas possam passar os fins-de-semana e beneficiarem de serviços bancários e até comprarem recargas de energia”, disse.
Até ao final do dia de trabalho Ronguana visitou os bairros Singathela e Sao Damaso.
