O Banco de Moçambique afirma estar atento a riscos em vista resultantes, particularmente, do recém eclodido conflito armado opondo tropas governamentais a activistas da Renamo, por enquanto concentrado nas regiões Centro e Norte do país e já com numerosos óbitos e feridos.
“Estamos atentos àquilo que vai acontecendo até Dezembro próximo”, disse Waldemar de Sousa, porta-voz do BM, fazendo votos para que na pior das hipóteses o cenário não vá para além de Dezembro próximo. De Sousa foi claro e directo ao afirmar que caso a situação se prolongue por mais que um mês a situação pode se precipitar para fora do controlo.
Muito cauteloso, de Sousa evitou aceitar que a guerra já está a afectar a economia moçambicana através da destruição de viaturas e de mercadorias transportadas por camiões, contrariamente à convicção de Doris Ross, chefe de uma equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que esteve em visita a Moçambique que disse que o conflito já está a afectar a economia doméstica.
“Estamos atentos e esperançados que a guerra não leve muito tempo”, reiterou o porta-voz do BM falando esta terça-feira em conferência de imprensa sobre os últimos desenvolvimentos da economia moçambicana e do mundo.
Inflação & combustíveis
Sobre a carestia de vida, Waldemar de Sousa disse que a inflação continua baixa, em Moçambique, contrariamente à média da África Austral que, em Setembro de 2013, foi de 7,3%, contra 1,48% de inflação média mensal e 5,8% de média anual do país.
No segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em redor dos 8,7%, de acordo ainda com o porta-voz do banco central moçambicano, citando informações do Instituto Nacional de Estatística (INE). No que tange à importação dos combustíveis, o BM diz que este produto contribuiu muito para o incremento global das importações em 5,5%, face à despesa observada no primeiro trimestre de 2012.
