A humanidade só poderá consumir um quarto de suas conhecidas reservas de energias fósseis (petróleo, gás e carvão) até 2050 se quiser limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius no máximo, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira.
Uma equipe de pesquisadores do Reino Unido, da Suíça e da Alemanha, com trabalhos foram publicados pela revista britânica Nature, tentou pela primeira vez avaliar o volume de emissões de gases de efeito estufa que pode ser lançado na atmosfera até a metade do século para manter um aquecimento aceitável.
A comunidade internacional chegou a um consenso sobre um máximo de 2 graus Celsius suplementares em relação aos níveis pré-industriais, mas para os pequenos países insulares, ameaçados pela subida dos oceanos, seria necessário limitar a elevação a 1,5 grau Celsius. “Se vocês realmente quiserem limitar o risco de exceder os 2 graus de aquecimento global, o volume total de CO2 expelido na atmosfera durante a primeira metade do século deve ficar abaixo dos 1.000 milhões de toneladas”, explicou Malter Meinshausen, do Postdam Institute for Climate Impact Reasearch.
Se não houver um acordo climático forte, os 2 graus suplementares terão sido atingidos na primeira metade do século, alertaram os autores do estudo. Se as emissões ultrapassarem 1,5 bilhão de toneladas de equivalente CO2 até 2050, a probabilidade de limitar o aquecimento a 2 graus será de apenas 25%, “independentemente das medidas tomadas depois” para limitar as emissões, insistiu Meinshausen.
Segundo o estudo, as emissões mundiais têm de começar a diminuir já em 2020, e serem reduzidas em 70% até 2050. A meta do G8 é reduzir pela metade as emissões mundiais até 2050.