De acordo com a pesquisa que levei a cabo, constatei que são 6 os argumentos usados para sustentar o uso das sainhas: 1. Para o efeito de refrescar; 2. Somente para o uso domiciliário; 3. Para o efeito de caça aos homens; 4. Aquelas que as usam são dementes; 5. Para locais de diversão (espectáculos, discotecas, festas, etc). 6. Há mulheres próprias para as usarem, (prostitutas, cantoras, actrizes, enfim, esse tipo de pessoas).
Ora muito bem. Depois de uma profunda reflexão, cheguei à conclusão de que destes 6 argumentos apenas um é que é verdadeiro (para efeito de caça aos homens). Agora, para que os caros leitores possam entender melhor o meu raciocínio, resolvi retratar pormenor por pormenor a cada um desses 6 argumentos dados para a sustentação do uso das sainhas. Muito bem.
As sainhas não servem para o efeito de refrescar
Na quarta-feira do dia 04 do mês em curso, a cidade de Maputo (e não só) foi fustigada por um auténtico frio, com a temperatura mínima a rondar entre 10 e 11? C, mas mesmo assim, não foram poucas as mulheres que assisti encontrando-se entre a usança e a nudez, ou seja, as mulheres preferiam ser fustigadas as pernas pela fúria do frio do que cobri-las.
Em algumas cidades sul-africanas, como é o caso de Springs e Pretória, há casos em que a temperatura devido à sua negatividade chega a atingir ? 6°C, mas lá também apesar desse demasiado frio e esmagador, é possível ver numerosas mulheres preferindo tremer do que cobrir-se.
Na sua opinião meu caro leitor, não acha caricato afirmar que as sainhas são usadas para o efeito de refrescar? Será que o meu caro leitor conhece alguém capaz de se deixar tremer de frio e com todas as suas consequências, sem em contrapartida nenhum ganho com isso? Se a ninguém conhece, logo, o argumento segundo o qual as sainhas servem para o efeito de refrescar cai por terra.
As sainhas não servem para o uso domiciliário
A casa de um cantor difere da de um líder religioso. Ambas não são casas? Uma casa composta somente por moças e moços difere de uma cujos mais velhos ainda estejam em vida. Logo, o uso das sainhas varia de casa em casa, isto é, enquanto numas as sainhas são os padrões do traje feminino, noutras o seu uso é ainda tabu, ou seja, as sainhas servem para ser usadas em casa sim, porém, não casas como tal mas em alguns tipos de casas. Logo, o argumento segundo o qual as sainhas servem para o uso domiciliário cai por terra.
As sainhas servem para o efeito de caça
Estou ainda sem argumentos para contrapôr a esta justificação, razão pela qual, com a permissão do caro leitor deixarei-o para o retratar numa parte específica. Aquelas que as usam são dementes Na região onde vivo, a realidade desmente inequivocamente a este argumento.
Quase todas mulheres dementes se têm coberto desde os artelhos até aos lombos, embora suas vestes estejam sujas. De recordar que o meu trabalho de pesquisa não foi de questionar a sujidade das saias compridas, mas a curteza das sainhas. Logo, o argumento segundo o qual aquelas que usam sainhas são dementes cai por terra.
As sainhas não são para locais de diversão
Dizer que as sainhas são para locais de diversão, como é o caso de festas, espectáculos, discotecas, enfim, não vai além daquilo que expliquei anteriormente ao referir que cada caso é um caso. Por exemplo, na festa do 70º aniversário do presidente da república Armando Guebuza (20 de Janeiro do ano em curso) e na festa do 5º aniversário de @verdade (27 de Agosto do ano em curso), quero acreditar que nem numa nem noutra havia sainhas. Logo, lugares de diversão sim, mas não na sua generalidade.
Quanto às discotecas posso acreditar. Agora, falar das festas, espectáculos é ainda uma poesia. Existem mulheres próprias para as usarem Deste argumento apenas concordo com o referente a prostitutas. Falar de cantoras e actrizes é uma falácia. A cantora sul-africana Rebecca Malope não admite sainhas, mas a Brenda Fassie as admitia, e ambas eram cantoras.
No caso do nosso país, temos a Mingas que não tanto as admite, mas a Dama do Bling as admite, ou seja, quer cantoras quer actrizes, umas diferem das outras. Portanto, dizer que são cantoras ou actrizes que devem usar sainhas não deixa de ser algo esfarrapado. Ora muito bem. Agora, conforme pudemos constatar, dos 6 argumentos que justificam o uso das sainhas, somente um é que é verdadeiro (as sainhas servem para o efeito de caça aos homens).
Agora, vamos tentar reflectir sobre a validade desse único que unanimemente pudemos apurar. Quando formos a um centro de prostituição constataremos que todas prostitutas que lá se encontram vendendo a sua “mercadoria não escassa” estão de sainhas, e indo já a uma discoteca, a um espectáculo ou a outros lugares de comeres e beberes, constataremos que lá também quase todas as mulheres que se encontram também delas estão.
Portanto, se umas e outras estão numa situação em comum, podemos afirmar certa, inequívoca e categoricamente que todas estejam numa missão de caça ao mesmo alvo. Uma mulher pode ir a uma discoteca comer e beber sem que tenha pago sequer um centavo, desde que esteja de uma sainha bem curta. Ela até pode escolher o que e com quem comer e beber. Imaginemos a mesma mulher já de uma capulana e um lenço na cabeça ou então de uma saia bem comprida. Quem prestaria atenção a ela?
As mulheres comem, bebem, andam de 4×4’s, constroem mansões, “pegam” empresários e “pegam” até deputados da Assembleia da República através das sainhas. Com efeito, conheço uma estudante universitária que é amante de um deputado da Assembeia da República. Segundo ela, esse namoro nada visa senão o patrocínio dos seus estudos. Com isso, podemos dizer que algumas mulheres até fazem ensino superior através das sainhas. Logo, as sainhas são efectivamente instrumentos de caça.
Simplificando a realidade: todas mulheres ao usarem sainhas independentemente da justificação, estão, por assim dizer, sob uma missão de caça aos homens. Simplificando numa só palavra: as sanhas servem para dar informação de que aqui come-se, e as pastinhas significam lembre-se que paga-se, ou pela carne e bebida ou pelo valor monetário.
Ora muito bem. Só que agora o que me espanta é o facto da carestia dessas mulheres, ou seja, elas se fazem caríssimas demais (100 meticais uma volta) como se algo tivesse investido para a aquisição dessa sua “mercadoria não escassa”, enquanto adquiriram-na a custo zero.
Suponhamos: Valor da venda = 100mt; Custos intermediários (Imposto, Amortização, etc.) = 0; Lucro =? Fórmula: Lucro = Valor da venda ? Custos Intermediários. Neste caso o lucro será igual a 100mt – 0, e é igual a 100mt. Logo, o lucro é de 100%. Será que faz sentido alguém fazer caríssima demais a uma coisa que a tenha adquirido a custo zero, tendo em conta que o lucro é de 100%? “…de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10: 8).
Até 2005, uma volta custava 100mt, e com esses 100mt até às vezes davam algumas moedinhas de trocos dizendo que irás comprar amendoim, só que agora já não perdoam. Indo com menos que 100mt voltará com uma mão para frente e outra para trás, isto é, voltará com a sua fome.
Em Gaza, lá na minha terra, ainda vale a pena porque com esses 100mt, você pode “tachar” até ao dia seguinte. Não há nenhuma mensuração, ou seja, o festejo é em função da sua força, do que cá na cidade de Maputo, onde com esses 100mt até dizem que é pouco, como se essa sua “mercadoria não escassa” tivesse sido comprada. Sinceramente. Muito obrigado.
Escrito por Narciso Cossa