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As organizações da Mulher e da Juventude são partidarizadas e inertes

As organizações moçambicanas da Mulher e da Juventude são reféns ao partido Frelimo e enquanto prevalecer esse cenário elas e os integrantes a igualdade de género e o acesso a várias oportunidades de inserção social não passarão de uma utopia, defende a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), Alice Mabota.

Ela considera que a partidarização dessas duas agremiações deixa tanto as mulheres como os jovens “acorrentados” às ideologias separatistas do partido no poder, porque não têm direito ao questionamento e acção, mesmo que se detectem irregularidades.

Alice Mabota sublinha que se deve criar organizações em prol dos moçambicanos e não de uma minoria, que somente espezinha jovens e mulheres, uma vez que ignoram os seus problemas. Num tom de repúdio ela afirmou que é necessário que as máscaras de camaradagem dos integrantes desses organismos sejam desfeitas e saibam exigir os seus direitos e cumpram deveres, lutem para conquistar sua independência. Porém, para que isso aconteça, é preciso “despir o medo e vestir a coragem para contrariar os princípios ditatoriais da ala frelimista”.

A presidente da LDH vai mais longe ao referir que a actual geração está perdida, pois a sua mente foi corrompida pelo partido no poder, está desprovida de senso crítico e não consegue se afirmar sem o apoio de terceiros.

Segundo Mabota, a igualdade de género continua algo fictício porque as mulheres não são livres e têm medo de lutar para conquistar a sua independência, uma vez que temem represálias do partido no poder.

O silêncio das mulheres nos cargos de chefia está a torná-las submissas à Frelimo, porque, apesar do poder em sua mão, elas têm uma acção limitada para garantir a igualdade social e de género, concluiu Mabota, que falava num evento de entrega de um posto policial à população de Guava, no distrito de Marracuene.

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