A Comissão Consultiva do Trabalho (CCT), um órgão de concertação social que integra o governo, empregadores e o movimento sindical, aprovou, hoje, os novos salários mínimos referentes a oito dos nove sectores de actividade, tendo ficado de fora o sector de Administração Pública, Defesa e Segurança que ainda se encontra na mesa das negociações percentuais.
O sector de Actividades Financeiras é que registou o maior aumento com 42%, passando, então, o salário mínimo a fixar-se em 2.788 Mt; seguido do sector dos Serviços não Financeiros, com 16,88%, passando para 2.250 Mt.
Os sectores da Indústria Transformadora e Construção conheceram um aumento de 16%, passando os salários mínimos para 2.300 Mt e 2.215 Mt, respectivamente.
O sector da Agricultura, Pecuária, Caça e Silvicultura, cujo salário mínimo passou para 1.500 Mt, registou um aumento de 14%; seguido do sector de Produção e Distribuição da Electricidade, Gás e Água com 12,5%, fixado em 2.403 Mt; Indústria de Extracção de Minerais, com 12%, tendo o salário mínimo passado para 2.119 Mt.
O sector que registou o menor índice de aumento foi o das Pescas, que conseguiu um incremento apenas de 5%, passando a fixar-se em 1.900 Mt.
Entretanto, o maior reajustamento que foi de 42% (2.788 Mt) continua ainda muito abaixo das necessidades básicas de uma família de cinco membros, cuja cesta básica, de acordo com os cálculos da OTM-CS, está avaliada em 5.229 Mt.
Importa referir que os índices percentuais deste reajustamento salarial, com uma média de 16%, são baixos em relação aos do ano passado, cuja média foi de 30%, facto que se deveu, segundo o porta-voz da OTM-CS, Francisco Mazoio, ao impacto da crise financeira internacional que se reflectiu no sector produtivo nacional.
Os novos salários, hoje aprovados, serão, nos próximos dias, submetidos ao Conselho de Ministros para a sua aprovação final, devendo ser pagos com retroactivos a partir de 1 de Abril último.