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SELO: O Matsanga Mor, escrito por Guilherme Tamele

Assim vai o pais do Pandza, da Marrabenta, a Pérola do Índico e que mais designação… Mesmo sendo um pacato cidadão, me recuso a ficar indiferente diante dos terríveis factos que caracterizam o quotidiano nacional actual. Diante de uma inércia impávida de ilustres, senhor Joaquim Alberto Chissano, cujos dotes diplomáticos que ostenta reúnem consenso; Marcelino dos Santos, figura que ostenta a fama de ter braço forte, e enaltecedor dos valores que tipificam a génese do partido do batuque e da maçaroca; Pascoal Mocumbi, homem ponderado, muito lúcido que têm mérito de ter conseguido coadjuvar o outrora estadista Joaquim Chissano a uma governação sem sobressaltos de grande relevo; Eduardo Mulembwe, doutor da lei, de muito instruído ostenta a fama, mas que talvez a polémica da reivindicação da casa protocolar, tenha lhe fragilizado no seio dos camaradas.

Assiste-se um desassossego absoluto nos dias que correm, parido das desavenças políticas que relançam o braço de ferro entre a FRELIMO e a RENAMO através duma guerrilha propriamente dita. Se por um lado, foi desencadeado um fórum para o diálogo, com vista a colmatar as diferenças que colocam em rota de colisão as duas forças políticas, cuja agenda acautela as exigências da perdiz, a realçar:

– Paridade na CNE (igualdade em termos de no de representantes dos 2 partidos).

– Observância dos princípios regidos pelo AGP(AcordoGeraldePaz).

– Inclusão social e económica dos não adeptos do partido no poder.

Ora, por outro lado, este fórum veio revelar uma falta tremenda de vontade política por parte do governo, no sentido de permitir uma co-habitação harmónica ou minimamente aceitável com a RENAMO e de materializar o tão prometido futuro melhor.

Porque mesmo a uma vista superficial, de quem é leigo em matéria de ciências políticas, macro economia e questões jurídico-constitucionais, facilmente percebe que os pontos em alusão, que são o objecto de diálogo entre as partes, são ligeiramente de fácil resolução, são questões passíveis de fácil consenso havendo vontade política.

Pelo que, me escuso de aceitar qualquer desculpa, para um prolongado infrutífero diálogo, diálogo esse, que vêem enfatizar mais ainda as diferenças entre as duas alas, a tal ponto de pretenderem sair do verbo para acção, envergando AKMs para se carnificinarem, claro que na sequência disso quem morre é o povo.

Mas que frutos se esperariam, num fórum em que a parte que mais tem a ceder, o governo, é encabeçada por alguém cuja fama lhe confere tremenda arrogância, ninguém mais e ninguém menos que José Pacheco, individualidade esta, cujo país todo e o mundo fora, espera o desfecho que a procuradoria dará, ao caso em que está implicado como o Barão de Tráfico de Madeira, acusação esta que resultou duma investigação levada a cabo por uma organização estrangeira com considerável perícia na matéria. Ora esta mesma figura, desempenhava as funções de governador de Cabo Delgado, no ano em que houve uma matança num dos calabouços daquela província nortenha, onde estavam encarcerados os simpatizantes da perdiz indiciados duma suposta infracção, relacionada com o pleito eleitoral, e semelhantemente aquando do seu consulado no Ministério do Interior, ocorreram matanças de reclusos por asfixia, supostamente simpatizantes da perdiz, numa prisão em Mogincual, província de Nampula.

Aliás, o staff deste governo sabe mais de arrogância, que o diga o jovem vice-ministro da Justiça e porta-voz do governo, Kuthumula, para quem todo aquele que se opõe a alguma decisão do governo por via duma manifestação é marginal, que o diga também o ministro Zucula, que toma pela mão canhota os camponeses, aos apelidar por analfabetos, incultos.

Não se pode falar de arrogância, sem se invocar a figura do patrono da Geração de Viragem, que desconhece ter havido greve dos profissionais de saúde, prova disso é não ter estabelecido nenhum contacto com eles, o que era de se esperar dada a proporção que a mesma atingiu.

É incrível como o mentor da Geração da Viragem, está a conseguir reduzir à insignificância as figuras anteriormente mencionadas, que constituem uma parte da espinha dorsal da FRELIMO, e impor o seu domínio no seio daquela agremiação, que outrora era uma frente para emancipar o país do jugo dos tiranos e coloca-lo na rota de desenvolvimento. Hoje se faz uma máquina, que associado com as Vales, as Mozais, aos Sasois e outros ditos megas, tornam se monopolistas das riquezas dum povo que sossega no colchão da penúria, entretido pelos discursos políticos que o saudoso Marechal Machel, os apelidava por discursos Falsos, Triunfalistas e Escamoteadores da verdade.

Espantoso é, que haja um Pimista Yacub e um Trabalhista Mabote que forjam-se de oposição construtiva, que sem nenhum senso de higiene e com muita excelência, lambem as botas dum governo que virou o país pelo avesso, tornando o de Pandza, literalmente. Espantoso é também que haja uma adúltera, TVM, que tendo casado e vivendo às custas do povo, se deita com os opressores do mesmo povo, parindo exaltações de façanhas medíocres, dum líder que paradoxalmente se endeusa mesmo no auge duma liderança danosa.

Se nesta dita pérola do Índico, conota-se o Matsanga por inimigo do bem-estar comum, o saqueador das riquezas públicas, então eis a questão:

Quem é o Matsanga Mor?

 

Escrito por Guilherme A. Tamele

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