Os combatentes do Taliban disfarçados de policiais e armados com bombas e granadas resgataram 250 prisioneiros de uma prisão no Paquistão, num ataque durante a noite que reflecte as incertezas sobre a capacidade do novo governo em conter uma escalada na insurgência.
O ataque à prisão fortemente vigiada na cidade de Dera Ismail Khan ocorreu apesar dos relatos de que as autoridades regionais receberam informações de inteligência há duas semanas sugerindo um ataque iminente.
A operação cuidadosamente planeada reforça a capacidade do ramo paquistanês do Taliban, um desmembramento dos insurgentes islâmicos com o mesmo nome no vizinho Afeganistão.
Apesar de promissoras negociações de paz com os insurgentes durante uma campanha eleitoral no início deste ano, o primeiro-ministro Nawaz Sharif parece estar a aceitar que o uso da força militar pode ser inevitável depois duma série de fortes ataques.
O Taliban paquistanês disse que tinha enviado um pelotão de 100 combatentes e sete homens-bomba numa missão para libertar alguns dos seus líderes, e afirmou ter libertado 250 prisioneiros – um número mais ou menos corroborado por autoridades paquistanesas locais.
A luta estendeu-se até as primeiras horas desta Terça-feira, com explosões e rajadas de metralhadoras a varrerem a cidade na província de Khyber Pakhtunkhwa, na borda das regiões tribais sem lei do Paquistão que fazem fronteira com o Afeganistão.
Pelo menos 12 pessoas foram mortas, disseram as autoridades, incluindo cinco policiais e quatro prisioneiros da minoria xiita, cujas gargantas foram cortadas por homens armados, disseram as autoridades.
O Taliban são, maioritariamente, muçulmanos sunitas. Mushtaq Jadoon, comissário civil da cidade, disse que 253 prisioneiros escaparam, incluindo 30 líderes militantes e seis pessoas no corredor da morte.