Quatro tripulantes do navio Costa Concordia e um funcionário da empresa foram condenados à prisão na Itália, este Sábado (20), por participação no desastre que matou 32 pessoas num cruzeiro em 2012, deixando apenas o capitão Francesco Schettino para ser julgado.
Os cinco receberam penas entre 18 e 34 meses por homicídio culposo múltiplo, naufrágio e negligência – punições relativamente curtas para os crimes, com a contrapartida de se declararem culpados. Nenhum dos cinco devem ser presos, já que as sentenças de menos de dois anos foram suspensas.
Nas mais longas cabe apelação, com a possibilidade de serem substituídas por serviços comunitários, informaram fontes judiciais. “O que as famílias das vítimas vão pensar? Isto é verdadeiramente decepcionante”, disse Daniele Bocciolini, advogado das vítimas.
“Schettino continua a ser o único a ser julgado, mas não é o único culpado, na minha opinião”, disse ao jornal SkyTG24. Schettino, de 52 anos, será julgado por homicídio culposo e por causar a perda do navio, que atingiu uma rocha perto da ilha toscana de Giglio, em Janeiro de 2012, provocando uma evacuação caótica de mais de 4.000 passageiros e tripulantes.
Ele também procura fechar um acordo para reduzir uma possível pena de prisão. O coordenador de crise da dona de navios Costa Cruises, Roberto Ferrarini, recebeu a sentença mais longa, de dois anos e 10 meses, seguido pelo gerente de serviços de cabine Manrico Giampedroni, condenado a dois anos e meio.
Quarta-feira, os advogados de Schettino ofereceram aceitar uma sentença de três anos e cinco meses, em troca de uma confissão de culpa. A oferta anterior, para servir três anos e quatro meses, foi rejeitada em Maio e ele arrisca uma sentença muito mais pesada se não fechar um acordo.
As audiências devem ser retomadas em Setembro. O comandante é acusado de abandonar o navio antes do resgate de todos os tripulantes e passageiros.