Os principais partidos do Mali prometeram nesta terça-feira aceitar os resultados da eleição presidencial deste mês, apesar dos esperados problemas técnicos em um país recém-saído de um conflito.
Políticos e entidades internacionais temem que o material eleitoral não seja adequadamente distribuído a tempo para a eleição de 28 de julho, que servirá para fechar um ciclo político que incluiu um golpe militar em março de 2012 e a posterior captura do norte do país por militantes islâmicos. As forças francesas intervieram de forma dramática em janeiro para quebrar o domínio de grupos islâmicos ligados à Al Qaeda no deserto do norte do Mali.
Agora, a França pressiona para que a eleição ocorra neste mês, enquanto pretende encerrar a sua presença militar, apesar de críticos alertarem que uma votação fracassada poderia levar a um conflito futuro. “Estamos todos comprometidos em aceitar os resultados”, disse Tiemoko Sangare, da Aliança pela Democracia no Mali (Adema), cujo candidato Dramane Dembele é um dos principais concorrentes no pleito.
O líder da Adema é o presidente interino do Mali, Doncounda Traoré. “Todos estão cientes de que há deficiências, mas ao mesmo tempo todos dizem que é importante realizarmos essas eleições assim que possível”, disse Sangare. No que é visto como uma corrida aberta, 28 candidatos estão disputando a Presidência.
Um segundo turno acontecerá em 11 de agosto se ninguém conseguir uma maioria absoluta no primeiro turno. Com pouco menos de duas semanas para a eleição, os funcionários do Ministério do Interior disseram que 68 por cento dos 6,8 milhões de eleitores registrados do Mali receberam seus títulos eleitorais.
No entanto, essa taxa cai para apenas 20 por cento na província de Kidal, no norte. O governo civil só voltou a essa área na semana passada, depois que um acordo de cessar-fogo foi acertado em junho com os rebeldes tuaregues que capturaram a região remota do deserto, quando os islâmicos fugiram.