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“Benção” de dinheiro na Dalmann

‘Apadrinhada’ pela GAPI – Sociedade de Promoção de Pequenos Investimentos e, sobretudo, por ser muito “amiga” do ambiente, a empresa sofalense TCT Indústrias Florestais – Mobílias Dalmann – recebe um investimento em 350 mil euros da IFC, uma subsidiária do Banco Mundial.

Um exemplo a seguir!

Sem descurar a inegável importância monetária, António Souto, presidente do Conselho de Administração do GAPI prefere eleger um facto: o valor do acto avaliado no facto de a TCT-Dalmann ser, no caso vertente, a primeira do género a ser certificada pela IFC em Moçambique.

Este facto, sem dúvidas, coloca a TCT-Dalmann na posição que muitas – mas só quatro – companhias africanas desejariam: receber o prestigioso certificado do IFC. “Esta certificação”, enfatiza Souto, “demonstra que a madeira e o mobiliário produzidos pela companhia é ambientalmente sustentável”. E mais: “É socialmente apropriada e economicamente viável”, frisa Souto, sublinhando que “ é um marco histórico para o empresariado que opera no sector florestal do país.”

Este reconhecimento surge, afinal, na sequência de outras medidas idênticas de que a TCT-Dalmann beneficiou nos últimos dez anos. Foi nesse período que recebeu do Instituto para a Promoção de Exportações– IMPEX – vários prémios devido à excelente qualidade do mobiliário que exportou. Desengane-se quem pensa que exportar é a única coisa que a TCT Dalmann sabe fazer- também produz mobiliário de reconhecida qualidade para o mercado nacional.

Foi na perspectiva do made in Mozambique, que o Governo, através da Direcção Nacional de Florestas e Fauna e Bravia (DNFFB) do Ministério da Agricultura (MINAG) e o Nordic Development Fund – Fundo Nórdico para o Desenvolvimento – NDF, alocaram à GAPI uma linha de crédito de 3.3 milhões de euros.

É dessa linha que a TCT se tornou a primeira beneficiária, no valor de 350 mil euros. O acordo foi propositadamente realizado em Maputo ontem, 16 de Abril, no mesmo dia em que o Governo relançou a campanha de mobilização em comunicação e informação em matérias de preservação do meio ambiente. Olhar o futuro Com tudo a correr bem, assim já dá para o PCA do GAPI concluir que, com o retro mencionado empréstimo, acoplado à indispensável assistência técnica do IFC, a TCT Dalmann tem tudo reunido para consolidar o seu negócio .

“ A empresa vai investir em equipamento novo, ampliar a sua infra-estrutura e introduzir novos desenhos”, sublinha Souto. Certo. Certo é também que, com esta injecção monetária, a TCT Dalmann vai, igualmente, aumentar a sua facturação em 60 % nos próximos cinco anos. E continuará a manejar correcta e amigavelmente o pulmão florestal de 25 mil hectares e gerir “humanamente” os seus 270 colaboradores, cuja maioria é das zonas rurais de Sofala, provincia onde opera.

Mais do que issso, se espera igualmente que se acelere o programa de reflorestamento em curso – que contempla investigação para mapear a floresta local – bem como permitir que incremente cada vez mais as actividades e os seus programas de gestão comunitária, os quais têm sido a sua marca nacional.

A TCT Dalmann faz parte das 19 empresas em que a GAPI aposta nos últimos sete anos em 15 distritos de cinco províncias, designadamente Sofala, Manica, Tete, Zambézia e Nampula. Todos juntos operam numa área de 310 mil hectares e beneficiaram de um milhão e 100 mil euros. Disso sucede que – esta é a visão futurista e imediata de Souto – a GAPI tenciona alargar esta correcta experiência de maneio florestal às outras regiões do país.

E não há, por assim cogitar, como isso não possa acontecer em virtude de nos seus cofres ainda existirem mais de dois milhões de euros para ainda serem investidos neste sector económico. Mau agoiro é o que não pode faltar para quem lida com este tipo de actividades. E leva o nome que todos nós conhecemos e condenamos nas vezes em que a ignorância, aliada à fome, é assunto dos outros: a caça furtiva que representam aquilo a que se chama bolsas de resistência de alguns líderes comunitários.

Mas António Souto tem a convicção de que a médio – mesmo que seja a longo – prazo esse problema vai ser ultrapassado, porquanto está-se a investir fortemente nas campanhas de advocacia e sensibilização que contêm acções beneficentes para as comunidades locais. Reflorestamento é outra das apostas neste programa.

A GAPI é uma instituição financeira virada ao desenvolvimento, assente numa parceria público-privada entre o Estado moçambicano, que detém 39 % do capital, e investidores privados e sociedade civil com os restantes 70 %. Actua igualmente na promoção do desenvolvimento de negócios relacionados com o estabelecimento de sistemas e instituições descentralizadas, bem como programas de fomento de pequenas e médias empresas em sectores estratégicos de economia nacional.

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