O ex-presidente sul-africano e herói da luta contra o apartheid Nelson Mandela permanece no hospital pelo terceiro dia seguido nesta segunda-feira com uma infecção pulmonar, e o seu estado de saúde continua “grave, mas estável”, inalterado desde sábado (8), informou o governo sul-africano.
Num comunicado de duas frases, o presidente Jacob Zuma repetiu o apelo para que o país reze pela saúde de Mandela, de 94 anos, que se tornou o primeiro líder negro da maior economia da África após eleições históricas em 1994.
Este é o quarto internamento de Mandela desde dezembro, e o uso da palavra “sério” para descrever o seu estado intensificou preocupações sobre a saúde de um homem reverenciado em todo o mundo como um símbolo da perseverança e da reconciliação.
No entanto, há uma crescente percepção entre os 53 milhões de sul-africanos que um dia terão de dizer adeus a “Madiba”, o nome do clã pelo qual Mandela é carinhosamente conhecido.
No domingo, o jornal Sunday Times adotou um tom filosófico, com a manchete de primeira página: “É hora de deixá-lo ir.” “A família deve liberá-lo para que Deus possa ter o seu próprio caminho. Eles devem liberá-lo espiritualmente e colocar sua fé nas mãos de Deus”, disse ao jornal o amigo de longa data de Mandela na luta contra o apartheid Andrew Mlangeni.
Mandela tem um histórico de problemas pulmonares que datam do seu tempo na prisão em Robben Island, perto da Cidade do Cabo.
Ele deixou o cargo de presidente em 1999, após um mandato e se afastou da vida política há uma década. A sua última aparição em público foi na final do Mundial de futebol em Johanesburgo, em 2010.
Mandela passou quase três semanas no hospital em dezembro com uma infecção pulmonar e após uma cirurgia para remover cálculos biliares.