Um juiz sul-africano adiou o julgamento de Oscar Pistorius por assassinato nesta terça-feira (4) e criticou a mídia pela cobertura sensacionalista do caso em que a estrela olímpica e paralímpica do atletismo matou a namorada a tiros no Dia dos Namorados.
Pistorius, de 26 anos, manteve-se contido durante a audiência de 10 minutos no Tribunal de Magistrados de Pretória, quando ele fez a sua primeira aparição pública oficial desde a libertação sob fiança, em fevereiro. Ele foi levado depois em um veículo utilitário desportivo com vidros escuros.
O atleta duplo amputado, apelidado de “Blade Runner” devido às próteses que usa para correr, já admitiu ter matado Reeva Steenkamp, ??uma modelo de 29 anos de idade, disparando quatro tiros através de uma porta do banheiro fechada em 14 de fevereiro na sua mansão de Pretória.
Vestido com um fato escuro, camisa e gravata, as suas únicas palavras no tribunal foram “Sim, meritíssimo” quando perguntado se havia entendido as condições de fiança.
O juiz Daniel Thulare adiou o julgamento até 19 de agosto, que seria o aniversário de 30 anos de Steenkamp, ??depois que promotores pediram mais tempo para trabalhar sobre o caso. Ele não forneceu mais detalhes.
Thulare também criticou a cobertura da mídia nacional e internacional sobre o caso, rotulando como “ações de desprezo e escandalosas”. “Parece que há um julgamento pelos meios de comunicação”, disse Thulare ao tribunal.
No incidente mais recente na mídia, a rede britânica Sky News divulgou fotos que disse terem sido tiradas dentro de casa de Pistorius logo após o tiroteio. As imagens mostravam paredes manchadas de sangue e poças de sangue no chão da casa de banho. A polícia disse que está a investigar a fuga de informação.
África do Sul não tem julgamentos com júri, então a cobertura da mídia no pré-julgamento é raramente considerada prejudicial. Em depoimento na audiência de fiança em fevereiro, os advogados de Pistorius disseram que o tiroteio foi um erro trágico e que Pistorius estava a agir em legítima defesa contra o que ele pensava que era um intruso. Os promotores o acusaram de assassinato premeditado por disparar contra a porta, atingindo Steenkamp na cabeça, quadril e braço.
A fiança foi fixada em fevereiro em 1 milhão de rands, cerca de 100 mil dólares.