Chelsea e Barcelona, duas equipes que já travaram duelos intensos no passado recente, vão reeencontrar-se novamente na Liga dos Campeões: os Blues e os catalães classificaram-se nesta terça-feira às semifinais da competição após empatarem, respectivamente, com Liverpool (4-4) e Bayern de Munique (1-1).
O Chelsea já estava com um pé nas semifinais desde a semana passada, quando derrotou o Liverpool, de virada, por 3-1, em pleno Anfield Road. Porém, os Reds quase surpreenderam os Blues num jogo eletrizante, que terminou em 4-4.
Autor de uma das maiores façanhas de toda a Champions League em 2004, quando ganhou do AC Milão na final depois de estar a perder por 3-0, o Liverpool por pouco não fez história novamente. O anúncio, minutos antes da partida, do desfalque do ídolo Steven Gerrard, capitão e principal jogador dos Reds, parecia ter acabado com todas as esperanças dos adeptos do Liverpool.
Mas a equipe de Rafael Benitez tratou logo de devolver a confiança à claque, balançando as redes duas vezes em meia hora de jogo. O primeiro golo foi marcado aos 19 minutos, na marcação de falta do volante brasileiro Fábio Aurélio.
Aos 28, Xavi Alonso ampliou, de pênalti, após uma falta do defesa Branislav Ivanovic, o herói do jogo da primeira mão. O Chelsea voltou melhor do intervalo e começou a pressionar o Liverpool.
Aos 51 minutos, a equipe londrina contou com a ajuda do guarda redes Pepe Reina, que desviou para a própria meta um centro de Nicolas Anelka mal rebatido por Didier Drogba. O defesa brasileiro Alex empatou o jogo aos 57 numa perfeita marcação de falta, vinte minutos antes de Frank Lampard receber de Drogba na marca do pênalti e bater de direita, sem chance de defesa para Reina: 3-2 para o Chelsea.
O Liverpool não se abateu e marcou duas vezes em dois minutos. Aos 81, o médio brasileiro Lucas arriscou da intermediária, a bola desviou em Mickaël Essien e enganou o goleiro Petr Cech. Um minuto depois, Dirk Kuyt recebeu ótimo cruzamento de Albert Riera e cabeceou para o fundo das redes: 4-3 para os Reds. Lampard tratou de acabar de vez com as esperanças do Liverpool aos 89, ao receber um centro de Anelka na grande área e bater de primeira, no ângulo direito de Reina, encerrando um jogo que ficará para a história da Liga dos Campeões.
O choque entre o Chelsea e o Barcelona promete muito. Nesta terça-feira, o Barça não foi tão contundente quanto no jogo da primeira mão em Camp Nou, onde goleou 4-0 ao Bayern em 45 minutos.
Ainda traumatizado pela humilhação sofrida na Espanha, o Bayern precisava realizar uma verdadeira façanha para eliminar a melhor equipe da Europa. De fato, nunca na história da Liga dos Campeões uma equipe derrotada por 4-0 no jogo da primeira mão conseguiu inverter o resultado na partida seguinte e classificar-se à fase seguinte.
O Bayern fracassou, mas pelo menos jogou de igual para igual com o Barça durante uma hora. A volta do brasileiro Lúcio e de Philipp Lahm, que não participaram no jogo de Camp Nou, fez muito bem à equipe, ainda desfalcada de Miroslav Klose, Lukas Podolski e Bastian Schweinsteiger.
O astro Franck Ribéry foi o nome do jogo. Depois de várias tentativas no primeiro tempo, o francês abriu o placar logo no início do segundo (47). Aproveitando ótimo passe de Zé Roberto, ele invadiu a área, fintou o goleiro Victor Valdés e chutou forte para a meta catalã, marcando seu quarto golo nesta edição da Champions.
O Barcelona, que jogara com o pé no freio durante quase todo o primeiro tempo, despertou, e chegou ao empate aos 73 por intermédio do reserva malinês Seydou Keita, após ótima triangulação entre Samuel Eto’o, Andrés Iniesta e Xavi.
“Perdemos para a melhor equipe da Europa”, conformou-se Ribéry, que disputava sua primeira Liga dos Campeões. “Vamos continuar trabalhando com seriedade e humildade.
O Chelsea é um adversário complicado, mas também não vai ser fácil para eles. Estou certo de que estaremos na final”, afirmou o lateral brasileiro Daniel Alves.