No meio de uma polêmica depois da confissão pública de ser o pai de uma criança de 2 anos, fruto de uma relação com uma jovem quando era bispo, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, formalizou nesta terça-feira o reconhecimento do menino, anunciou seu representante legal.
“Foram cumpridos os primeiros trâmites na justiça e, dentro de um mês, o menino terá o sobrenome do pai”, declarou à imprensa o advogado Marcos Fariña. A segurança da criança e de sua mãe estão, agora nas mãos da Guarda Presidencial, acrescentou.
Num ato público no Palácio do Governo, na presença de ministros e convidados especiais, o presidente Lugo confessou na segunda-feira ser pai de um menino de 2 anos de idade. Lugo era bispo de San Pedro, uma cidade a 300 quilômetros ao norte de Assunção, até 11 de janeiro de 2005, passando depois a “clérigo emérito”, cargo ao qual renunciou em 18 de dezembro de 2007 para postular a Presidência da República.
“É uma bofetada em nossa Igreja Católica”, afirmou o bispo Ignacio Gogorza sobre as revelações de Lugo, ao mesmo tempo em que um outro religioso, Mario Melanio Medina, ligado ao presidente, insistia em que o chefe de Estado guarani agiu “com valentia, dignidade e honestidade”. “Isto nos enche de vergonha e ele deve renunciar à presidência”, afirmou por sua vez Luis Andrada Nogués, líder do Partido Democrata Cristão, organização política à qual se afiliou o ex-bispo para apresentar sua candidatura presidencial.
“Se não cumpriu seu juramento de sacerdote diante de Deus, agora esperamos que cumpra seu juramento de presidente diante do povo”, opinou o titular do Congresso Nacional, Enrique González Quintana, do partido opositor Unace.