Está a decorrer nesta Quarta-feira (15) em Moçambique uma paralisação das actividades dos Professores em várias escolas. A greve, ilegal, acontece na sequência do recente aumento de 9% decretado pelo Governo para a classe de docentes públicos e que estes consideram de insignificante, tendo em conta os baixos salários que auferem.
Numa ronda pelas cidade e província de Maputo, assim como nas província de Gaza e de Nampula, confirmamos a paralisação das aulas em cerca de duas dezenas de Escolas.
A mobilização desta greve, que não foi antecedida de nenhum pré-aviso formal, aconteceu através de uma mensagem de telemóvel que dizia “prof. chegou a hora de despertar valorize o seu saber, saber fazer… paralisemos as aulas para pressionar a reflexão quarta próxima passa a palavra”.
Refira-se que nesta Terça-feira (14) a Organização Nacional dos Professores (ONP/SNP), distanciou-se da greve através da sua Presidente Beatriz Manjama, que em Conferência de Impresa disse que “…não faz sentido que estando em processo de diálogo com o governo sobre vários assuntos inerentes aos problemas dos professores convocássemos uma paralisação. “
A líder afirmou que o Sindicato dos Professores privilegia o diálogo para o alcance do consenso “a ONP/SNP chama uma especial atenção aos colegas para não aderirem, para não andarem sozinhos, e fora dos procedimentos legais porque só unidos formamos uma grande força e alcançamos os nossos objectivos”. Manjama reafirmou que o Sindicato não está satisfeito com que o aumento salarial de 9% decidido pelo Governo “é insignificante se tivermos em conta o baixo salário que o professor aufere” e acrescentou que a organização está a consultar os professores em todo o país relativamente ao tecto salarial que permitisse aos educadores suportarem o custo de vida em Moçambique.
Até este momento não foi possível quantificar a adesão à greve mas em algumas das escolas nenhuma sala está a ter aulas.