O recém-eleito Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Tomás Timbane, diz que o Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, ignorou o papel dos advogados na administração da Justiça em Moçambique, ao não lhes incluir no seu informe.
“Ele (o Procurador) em nenhum momento disse a palavra advogado. Entretanto, o advogado é um interveniente importante na garantia de Justiça”, lamentou Tomás Timbane que reagia ao informe anual do PGR apresentado esta quarta-feira (08) sobre o Estado Geral da Justiça em Moçambique, tendo dito que o mesmo foi negativo.
Para este jurista, o cenário jurídico proposto por Augusto Paulino no seu informe não corresponde à realidade do país, pois são muitos os aspectos que não constam do informe ora apresentado. Como exemplo, Timbane aponta que questão da superlotação das cadeias e o nível de preparação da Procuradoria para fazer face aos desafios de desenvolvimento do País, que não foram mencionados pelo PGR.
Para ele, o PGR preocupou-se mais em detalhar os crimes que ocorrem no país, ao invés de dizer o que está a ser feito para combater o crime que, no seu entender, é mais importante.
Timbana foi mais longe ao afirmar que a Justiça no país “está doente e fragilizada”. “Continuamos a sentir que a justiça é forte para os fracos e fraca para os fortes,” sublinhou, acrescentando que as investigações continuam lentas.