A embaixada da França na Líbia foi atingida por um carro-bomba, Terça-feira (23), que deixou dois guardas franceses feridos, no primeiro ataque a uma missão diplomática em Trípoli, local considerado mais seguro do que o restante do país do norte africano, desde o fim da guerra que derrubou o líder Muammar Khadafi em 2011.
Em Setembro do ano passado, um ataque semelhante, na cidade de Benghazi, resultou na morte do embaixador dos EUA e de três outros americanos. Segundo as autoridades dos EUA, militantes com ligações com a rede Al Qaeda provavelmente estariam envolvidos nesse ataque, mas ninguém reivindicou a autoria do ataque.
O AQIM, braço da Al Qaeda no norte africano, alertou sobre uma possível retaliação pela intervenção da França no Mali, mas não havia nenhuma indicação até o momento sobre quem estaria por trás de explosão da Terça-feira na embaixada francesa na Líbia.
Os residentes de perto da embaixada, na região de Hay Andalus, disseram ter ouvido duas explosões de manhã, por volta das 2h. “Houve uma série de prejuízos e há dois guardas feridos”, disse um funcionário da embaixada francesa à Reuters.
Mohammed Sharif, chefe da Polícia de Trípoli, disse que “um artefacto explosivo foi plantado num carro estacionado em frente à embaixada”. Um grande pedaço do muro que fica ao redor do complexo e uma parte do prédio da embaixada desabaram. O presidente francês, François Hollande, condenou o ataque.
Segundo o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, a carnificina foi evitada apenas porque o ataque ocorreu pouco antes de os funcionários da embaixada chegarem ao local para trabalhar.
“Este é um ataque que atinge não só a França, mas todos os países que lutam contra os grupos terroristas”, disse ele à rede de TV BFM, acrescentando que a segurança será intensificada em toda a região.
O Exército líbio isolou o local, enquanto dezenas de pessoas estavam fora do prédio a observarem o estrago. Uma funcionária da embaixada chegou ao local e começou a chorar quando viu a destruição.