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Fumo branco: cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo papa

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito Papa nesta quarta-feira. Aos 76 anos, o primeiro latino-americano a ser pontífice é um intelectual jesuíta que viajava de autocarro, tem-se dedicado aos mais pobres com medidas práticas e adoptou o nome de Francisco I.

Nas suas primeiras palavras a milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o Papa Francisco declarou que parece que os seus irmãos cardeais “foram até o fim do mundo” para encontrar o novo Papa.

Ele agradeceu ao Papa emérito Bento XVI pelo seu trabalho à frente da Igreja Católica e pediu que os fiéis rezem a Deus por ele, afirmando que o mundo deve iniciar um caminho de amor e fraternidade.

O conclave secreto, com 115 cardeais, que escolheu o Papa, começou na noite de terça-feira com uma primeira votação, e nesta quarta-feira outras quatro rondas aconteceram. O fumo branco indicando que o novo pontífice havia obtido a necessária maioria de dois terços aconteceu após o quinto escrutínio.

Uma multidão alegre na Praça de São Pedro começou a gritar e a aplaudir quando o fumo branco apareceu, no meio de uma chuva persistente e ventos frios. A identidade do Papa foi anunciada ao mundo a partir da varanda central da Basílica de São Pedro.

Desde o começo do século XX, só um Papa – Pio 12, em 1939 – foi eleito nas três primeiras votações. Nos últimos nove conclaves, houve, em média, sete votações até a escolha. Bento XVI, que era o claro favorito em 2005, foi eleito no quarto escrutínio.

Bento XVI abdicou inesperadamente no mês passado, afirmando que já não tinha forças suficientes para enfrentar os desafios que afligem a Igreja, com um número estimado de 1,2 bilião de fiéis.

A Igreja foi abalada por escândalos de abuso sexual e pelo caso “Vatileaks”, em que um mordomo de Bento XVI revelou documentos secretos que davam conta de corrupção e disputas internas na Cúria Romana.

A instituição tem sido atingida também pelo avanço do secularismo e de religiões concorrentes no mundo, e por problemas na gestão do Banco do Vaticano.

PERFIL

O jesuíta nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre pelos jesuítas um ano depois, quando estudava teologia e filosofia na Faculdade de San Miguel.

De 1973 a 1979, Bergoglio foi provinciano pela Argentina e, a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel, cargo que ocupou por seis anos. O Papa obteve o título de doutor na Alemanha.

Em 1992, foi nomeado bispo e elevado a arcebispo em 1997, passando a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. O argentino ingressou no Colégio de Cardeais em 2001.

Na Santa Sé, participava em diversos dicastérios (divisões administrativas da cúria romana): era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a América Latina.

Ele era considerado “papável” desde o conclave que elegeu o alemão Bento XVI para suceder o polaco João Paulo II, em 2005. Com a renúncia do primeiro, o nome do arcebispo de Buenos Aires voltou a ficar entre os mais cotados ao posto de Papa.

Em 2010, quando a modalidade foi permitida pela legislação argentina, o então arcebispo de Buenos Aires, que também disse que a adopção de uma criança por um casal gay é uma forma de discriminação do jovem, entrou em confronto com o Governo de Cristina Kirchner. A Presidente argentina, por sua vez, replicou dizendo que a posição da Igreja evocava a época medieval.

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