A disputa por uma mina de ouro na região sudanesa de Darfur já matou mais de 500 pessoas e destruiu 68 aldeias desde janeiro, disse um parlamentar na segunda-feira, elevando drasticamente a contagem do número de vítimas.
O caos toma conta da árida região do oeste sudanês desde 2003, quando rebeldes não-árabes pegaram em armas contra o governo de Cartum, dominado por árabes, acusando-o de negligenciar a população local.
Tribos árabes da região, muitas das quais foram armadas pelo governo para enfrentar a insurgência, passaram a se enfrentar em janeiro, disputando o controle de uma mina de ouro e de outros recursos.
A ONU havia dito anteriormente que mais de 100 pessoas foram mortas nos confrontos entre as tribos Bani Hussein e Rizeigat em Jebel Amer, Darfur do Norte.
Na segunda-feira, o deputado Adam Sheikha, que representa a região de El Sireaf – onde fica a mina disputada – disse a jornalistas que 510 pessoas já foram mortas e 865 ficaram feridas desde o início da onda de violência. É a primeira vez que um membro do Partido do Congresso Nacional (governista) oferece uma estimativa relativa a todo o período de confrontos recentes.
Ainda segundo ele, “15 mulheres foram estupradas, 68 aldeias foram completamente e outras 120 foram parcialmente queimadas”. O parlamentar acrescentou que cerca de 20 mil famílias fugiram das suas casas e precisam de ajuda alimentar.