A China manifestou, esta Quarta-feira (6), grave preocupação com a retórica belicosa da Coreia do Norte, que ameaçou acções mais agressivas do que um novo teste nuclear em reacção a sanções internacionais impostas ao regime comunista por ter lançado um foguete em Dezembro.
“A China está extremamente preocupada pela forma como as coisas vão. Nós opomos-nos a qualquer comportamento que possa exacerbar a situação e a quaisquer actos que não sejam benéficos para a desnuclearização da península coreana”, disse Hua Chunying, porta-voz da chancelaria em Pequim.
“Pedimos a todos os lados relevantes que mantenham a calma, exerçam a moderação e se empenhem de maneira séria em manter a paz e a estabilidade na península coreana”, acrescentou.
A China é a única aliada diplomática e económica relevante da Coreia do Norte, mas tem demonstrado crescentes sinais de exasperação com seu isolado vizinho.
O tabloide comunista Global Times, um dos mais lidos da China, disse que o país deveria adoptar uma posição firme e informar aos líderes norte-coreanos sobre as consequências das suas acções.
“Se a Coreia do Norte insistir num terceiro teste nuclear apesar das tentativas de dissuadi-la, deverá pagar um preço alto”, disse o jornal em editorial nas suas edições em chinês e inglês.
O jornal defendeu que a China restrinja a sua ajuda caso a Coreia do Norte realize o teste nuclear que promete. Em 2009, a China supostamente cortou o envio de combustíveis à Coreia do Norte depois de um teste nuclear.
Embora esse jornal estridentemente nacionalista não seja considerado um porta-voz oficial do governo chinês, ele é visto como uma publicação influente.
A Coreia do Norte prometeu realizar mais testes nucleares e com foguetes em resposta à reprimenda da ONU por ter lançado um foguete de longo alcance em Dezembro, violando sanções anteriores da entidade por causa dos testes nucleares de 2006 e 2009.
Pyongyang disse que o foguete serviu para colocar um satélite em órbita, e que o seu uso foi legítimo. Terça-feira, a Coreia do Norte intensificou a sua retórica e prometeu uma acção “mais forte” – e não especificada – em resposta ao teste.
Os observadores dizem, com base nas imagens de satélite e outras observações, que a Coreia do Norte parece pronta para testar novamente uma bomba atómica, dependendo para isso apenas da autorização do dirigente Kim Jong-un.