O cinema moçambicano chegaria longe se não houvesse falta de um fundo para a sua produção, divulgação e popularização. Por isso, está adormecido e a morrer lentamente, uma vez que é uma área que envolve altas somas de dinheiro, valor este que ninguém está a dar para o efeito.
Todavia, as artes cinematográficas são rentáveis quando o produto tem qualidade é aceite nos mercados nacional e internacional.O director do Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema, Djalma Lourenço, disse que anualmente a indústria cinematográfica nacional coloca no mercado penas 25 filmes, número muito reduzido.
Este é um facto que resulta da falta de um fundo no sector da cultura reservado para custear as necessidades de produção, formação e divulgação dos trabalhos nesta área.
A edição e produção são igualmente fracos. E mais, apesar de muitos filmes nacionais participarem em festivais de cinema internacionais e conquistarem galardões mundiais, muitos moçambicanos desconhecem os cineastas e suas respectivas obras, afirmou Djalma Lourenço.
De acordo com ele, uma das formas de despertar na população o gosto e a valorização do cinema nacional é a realização de feiras cinematográficas nas províncias.
Os preços dos filmes devem igualmente serem acessíveis no sentido de aumentar a quantidade de produção para a flexibilização da sua sustentabilidade.
Entretanto, enquanto isso não acontece, surge no meio destes e outros reveses um fenómeno, a pirataria, que de tanto estar enraizado no país, algo propiciado pela ausência de políticas concretas claras para a sua atenuação, parece ser encarado com muita naturalidade, não obstante os prejuízos que acarreta para os artistas, sobretudo para a economia.
Lourenço disse que a pirataria tem sido uma das principais causas da monotonia e insustentabilidade da cinematografia em Moçambique.
Há concorrência desleal entre os piratas que vendem os filmes a preços muito baixos e desvalorizam, a todo custo, e perante a apatia de quem de direito para pôr cobro ao assunto, o esforço empreendido pelos cineastas.

