A ajuda internacional à Síria não está a ser distribuída de forma igualitária, e as áreas controladas pelo governo concentram toda a assistência recebida, em detrimento das zonas rebeldes, segundo a entidade Médicos Sem Fronteiras.
Em nota divulgada na noite da Terça-feira (29), a presidente do MSF, Marie-Pierre Allié, disse que “o actual sistema de ajuda é incapaz de tratar da piora nas condições de vida enfrentadas pelas pessoas dentro da Síria”, e que as “áreas sob controle do governo recebem quase toda a ajuda internacional, enquanto as zonas dominadas pela oposição recebem apenas uma pequena parcela”.
A nota não esclarece qual seria o percentual da ajuda destinado a cada sector. Mais de 60 mil pessoas já morreram em quase dois anos de violência na Síria, segundo a ONU.
As forças do presidente Bashar al Assad têm armamentos muito superiores aos rebeldes, e já arrasaram várias áreas oposicionistas com bombardeios aéreos e de artilharia.
O MSF disse que há escassez de abrigos, cobertores, combustíveis, farinha e leite em pó infantil. A nota acrescenta que os serviços médicos extraoficiais são alvejados pelas forças governamentais.
As operações humanitárias são realizadas por organizações parceiras da ONU, principalmente o Crescente Vermelho Árabe da Síria, que tem estreitas ligações com o governo de Assad.