Uma média anual de 0,025% dos cerca de 7% do continente africano é o nível da emissão para atmosfera do dióxido de carbono, componentes do óxido nitroso e metano, tidos como mais destruidores do efeito estufa no mundo.
A percentagem é tida como a mínima do continente berço da humanidade e deverá ser mantida ao longo dos próximos 20 anos, segundo a coligação das organizações não-governamentais moçambicanas Amigos da Floresta e Centro de Integridade Pública (CIP).
Dados do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) indicam que, em média anual, Moçambique emite o correspondente a 9262 gases poluentes causados pela devastação florestal, queimadas descontroladas e elevada densidade populacional que na sua maioria depende dos recursos florestais para a sua sobrevivência.
A coligação indica, no entanto, que, apesar da pouca emissão de gases, as chuvas torrenciais, ciclones, cheias e secas “mostram tendências de aumento devido ao impacto das mudanças climáticas no país”, situação que “está a impor pressões adicionais em sectores vitais como Agricultura, Saúde, Águas e Meio Ambiente”.
Indica ainda a coligação que a cobertura florestal de Moçambique é estimada em 78%, mas os desafios são maiores e estão relacionados com a gestão destes recursos devido à grande demanda da indústria florestal e pelo facto de perto de 85% das necessidades energéticas da população serem satisfeitas pela energia de biomassa.
No seu documento intitulado Mudanças Climáticas e as Florestas em Moçambique, aquelas duas organizações alertam, entretanto, que a contribuição do continente negro poderá subir substancialmente “se as actuais políticas de combate à pobreza e ao subdesenvolvimento não forem ajustadas”.