O entoar do hino provisório marcou o início, na manhã desta Quarta-feira (5), no pavilhão dos Desportos na cidade central da Beira, do 1º Congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira força política em Moçambique que quer passar a ser uma “alternativa de governação” no país.
Este Congresso, que acontece três anos após a criação do Partido, vai decorrer até ao próximo sábado (8) e deverá reconduzir, o seu fundador, Daviz Simango à liderança do partido.
Nesta reunião magna para além de ser analisada a “saúde política” do país deverão ser eleitos os órgãos centrais, Conselho Nacional, novas comissões política e de jurisdição.
“O 1º Congresso deverá aprovar os estatutos, o hino e programas do partido para o próximo quinquénio. Olharemos para as várias agendas, que inclui a mulher e jovens, mas também apresentaremos moções de censura e analisaremos as realizações nas cidades da Beira e Quelimane (dirigidas pelo MDM)”, disse o porta voz José Manuel de Sousa.
O MDM vai ainda neste Congresso traçar estratégias para os próximos actos eleitorais, autárquicas de 2013 e gerais (presidenciais e assembleias da República e provinciais) de 2014, mas não apresentará para já os nomes dos candidatos (às autarquias) para “não os desgastar”.
“Queremos focar também a ausência em Moçambique de políticas de transporte e da agricultura, por isso esperamos deste Congresso resultados positivos e a saída de grandes resoluções para marcar a vida política do país”, afirmou José Manuel de Sousa.
O MDM foi criado em Março de 2009, como resultado da dissidência do actual líder, Daviz Simango, da Renamo, o principal partido da oposição, que o havia afastado como seu candidato a presidente do Município da Beira, nas eleições de 2008. Simango concorreu como independente e foi eleito.
Na sua primeira prova política, o MDM elegeu oito deputados nos quatro círculos eleitorais em que lhe foi permitido concorrer, nomeadamente cidade de Maputo, Inhambane (Sul), Sofala (Centro) e Niassa (Norte), o que lhe valeu a constituição de uma bancada parlamentar na Assembleia da República, quebrando a bipolaridade da “magna casa” dominada pela Frelimo, partido no poder, e Renamo. Actualmente, o partido dirige também os municípios da Beira e Quelimane (Centro).
São esperadas no 1º Congresso da Beira mais de 700 pessoas, entre delegados e convidados de partidos políticos nacionais, Frelimo e Renamo, e internacionais como Movimento para a Mudança Democrática (MDC), do Primeiro-ministro do Zimbabué, Morgan Tsvangirai, e Chadema, principal partido da oposição da Tanzânia, de Wilbrod Slaa.
