Os residentes do distrito de Zumbo, província central de Tete, acolheram com muito entusiasmo e agrado a expansão dos serviços de saúde naquele ponto do país, que, segundo afirmam, vai reduzir sobremaneira a dependência em relação a vizinha Zâmbia.
O sentimento foi expresso pelos residentes à margem da entrega, Segunda-feira (26), do Hospital Distrital de Zumbo, extremo mais a oeste do país que dista a 526 quilómetros da cidade de Tete, a capital provincial, que até muito recentemente enfrentava problemas de provisão de serviços de saúde.
O hospital distrital, ora entregue, está dotado de um bloco operatório todo novo e completamente equipado, uma maternidade e uma lavandaria.
No mesmo recinto foram também revitalizados e reforçados os serviços de saúde materno-infantil, serviços de farmácia, estomatologia, laboratório e a sala de tratamento.
A revitalização do hospital, juntamente com a Rádio Comu- nitária e o Centro Multimédia e outras acções feitas na vila custaram a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), entidade financiadora, dois milhões de euros, e a entrega esteve inserida nas festividades do 5/o Aniversário de reversão do empreendimento para as autoridades moçambicanas.
O então centro de saúde possuía apenas 13 camas e prestava serviços de materni- dade, medicina, pediatria, consultas externas, e saúde materna-infantil.
O programa alargado de vacinação tem agora a sua capacidade acrescida para 46 camas na sequência da introdução dos cuidados de cirurgia.
Aliás, a falta destes serviços (cirurgia) forçava a que muitos dos casos de urgência sobretudo os partos a cesariana fossem transferidos ao Hospital Provincial de Tete (a 520 quilómetros via estrada que liga as duas partes da província ou a 750 via Zâmbia).
Devidas as dificuldades de acesso, os doentes eram, bastas vezes, transferidos para os hospitais da Zâmbia.
A realidade impunha inúmeros desafios na prestação dos cuidados de saúde à população, resultando em complicações e por vezes mortes de pacientes, com fortes implicações na taxa de mortalidade materna infantil e neonatal.
Porém, a nova realidade em termos de recursos materiais vai, segundo Miguel Munana, médico distrital, permitir um aumento da capacidade de atendimento, melhorar qualitativa e quantitativamente os serviços prestados aos utentes, reduzir as transferências de utentes, reduzir as taxas de morbilidade e mortalidade, com particular realce para materna e infantil.
Munana disse, por outro lado, haver necessidade de intensificar ainda mais a cobertura dos serviços de saúde no distrito que possui um total de cinco centros de saúde todos eles equipados com maternidade, mas ainda longe da resposta ideal tudo em consequência do fenómeno dispersão das comunidades.
A fonte disse, por outro lado, haver escassez de informação sobre os doentes que até então tinham a Zâmbia como tábua da salvação, todavia com a entrada em funcionamento destes novos serviços será agora possível fazer um acompanhamento mais chegado aos utentes que preferiam atravessar a linha de fronteira para aquele país.
Na ocasião, o Presidente moçambicano, saudou a enfermeira que assistiu com sucesso o primeiro parto havido no hospital renovado, cujo nado foi de uma criança do sexo masculino com 2,8 quilogramas de peso, julgado ideal.
O hospital recebe e assiste uma média de três partos por dia, mas com a diversificação dos serviços essa fasquia poderá aumentar, dado que em caso de complicação o hospital distrital está dotado de recursos materiais e financeiros para fazer face a demanda.
