Os aviões sírios bombardearam, Segunda-feira (26), uma base rebelde próxima da fronteira com a Turquia. Eles erraram o alvo, mas fizeram centenas de sírios fugirem para o país vizinho.
O ataque, na localidade de Atima, ocorreu na véspera de a Turquia e a NATO iniciarem uma avaliação sobre onde estacionarem mísseis terra-ar nos arredores da fronteira desse país com a Síria, que se estende por quase 900 quilómetros.
A Turquia apoia activamente os rebeldes que lutam para derrubar o governo de Bashar al Assad, e sempre responde à altura quando o seu território é atingido por disparos das forças sírias.
Damasco diz que a instalação de mísseis Patriot no lado turco da fronteira seria uma atitude “provocativa”, mas Ancara garante que eles serão usados apenas na defesa do seu próprio território, e não para criar uma zona de exclusão aérea dentro da Síria, algo que os rebeldes há meses solicitam, na esperança de neutralizar a superioridade aérea de Assad.
Descrevendo o bombardeio à base do Exército Sírio Livre, um activista chamado Ahmed, que vive a poucos quarteirões dali, disse que “dois caças sírios vieram e dispararam cinco foguetes – três caíram em áreas agrícolas, e outros dois atingiram prédios próximos da base”.
Segundo Ahmed, essa base insurgente havia sido instalada há dois meses pelo comandante rebelde Mustafa al Sheikh, que antes estava refugiado na Turquia.
Os activistas disseram que os rebeldes dispararam baterias antiaéreas contra os caças do governo, mas estes voavam alto demais para serem atingidos.
“Acho que a razão para o ataque pode ter tido algo a ver com o crescente movimento de armas “, disse Ahmed. Centenas de sírios que fugiram para a Turquia depois do bombardeio estão a ser amparados pelo Exército turco.
Pelo menos dois feridos chegaram ao outro lado da fronteira. A agência turca de notícias Anatolian disse que um míssil antiaéreo disparado durante os confrontos noutra localidade síria da fronteira, chamada Harem, atingiu o telhado de uma casa na localidade turca de Reyhanli, sem causar vítimas.
Após 20 meses de conflito, os rebeldes estão a reforçar o seu controle sobre áreas agrícolas e centros urbanos a leste e nordeste de Damasco, e nos últimos dez dias tomaram várias bases militares.
Uma equipe conjunta da Turquia e da NATO (aliança militar ocidental à qual Ancara pertence) inicia, Terça-feira, um estudo sobre onde os mísseis Patriot devem ser instalados, quantos serão necessários, e quantos soldados estrangeiros serão mobilizados para operá-los.