Os pouco mais de 26 mil produtores de algodão da província de Sofala, envolvidos na campanha de 2012/2013, embolsaram 161.851.087 meticais, resultado de uma produção de pelo menos 16.785 mil toneladas, trabalhados numa área de 26.295 mil hectares.
Destaque vai para os distritos de Marínguè, Chemba, Caia e Gorongosa, cujos camponeses conseguiram respectivamente, 80.416.861,50 meticais, 29.037.129,50 meticais, 18.726.546,50 meticais e 23.728.824,00 meticais.
Estes dados constam do discurso pronunciado pelo delegado do Instituto do Algodão de Moçambique (IAM), por ocasião do dia do algodão, celebrado, Terça-feira última, na vila-sede do distrito de Marínguè, por sinal o maior produtor do chamado ouro branco na província de Sofala.
Ele anotou que a cerimónia acontece numa altura em que a nova empresa fomentadora do algodão, a China África Cotton Moçambique Lda, acaba de anunciar a conclusão da comercialização de todo o algodão produzido nas províncias de Manica e Sofala “do qual Sofala recuperou o habitual terceiro lugar no raking de produção do algodão nacional”.
César Marame destacou na sua alocução que o desafio principal do Governo é a luta contra a pobreza, do qual “todos nós precisamos estar unidos e contribuirmos com o nosso saber e consequentemente juntarmos sinergias, de forma a melhorar as condições de vida do nosso povo”.
“Assim sendo, queríamos aproveitar esta oportunidade para apelar à China África, empresa fomentadora do ouro branco nas duas províncias, para tudo fazer e tornar mais célere o processo de escoamento do algodão comercializado antes das chuvas, condição básica para melhorar a balança de pagamento das nossas exportações”, sublinhou.
Acrescentou que “igualmente gostaríamos de apelar para, o mais breve possível, a colocação atempada de insumos de produção, a contratação imediata de técnicos qualificados e quantificados, imbuidos na transmissão e difusão de boas práticas agrícolas, bem como a introdução de novas tecnologias que possam contribuir significativamente para o aumento da produção e da produtividade”.
O delegado do IAM de Sofala revelou ainda que o dia do algodão acontece numa altura em que o subsector do algodão completa dois anos de implementação do seu principal programa, o Programa de Revitalização da Cadeia de Valor do Algodão (RCVA), o qual, num horizonte temporal de 10 anos preconiza de entre vários objectivos os seguintes:
Aumento de produção e produtividade;
actividades de investigação; aumento da densidade de população de plantas de algodão;
promoção de produtos avançados;
produção e multiplicação de semente do algodão;
reforço técnico à extensão pública e privada nas zonas algodoeiras;
treinamento massivo dos produtores do algodão;
implementação da Iniciativa Melhor Algodão;
Sistema de Classificação Instrumental;
Seguro Agrícola e Acréscimo de Valor do Algodão e seus subprodutos.
Intervindo na ocasião, a gestora da China África Cotton Moçambique disse que a empresa fomentadora comprou nesta campanha 8500 toneladas de algodão, cifra que considerou três vezes mais do que a campanha passada.
“Apelo para que na próxima campanha produzam mais algodão para a nossa empresa e de nós podem esperar o fornecimento de sementes e pesticidas, e também bons preços”, assegurou Madame Hu, como é comummente conhecida.
Por sua vez, o presidente do Fórum Nacional dos Produtores do Algodão (FONPA), chamou atenção aos camponeses para não darem ouvidos àqueles que tentam desvalorizar a produção do algodão com o pretexto de que o preço é baixo.
“Nós estamos ao lado dos produtores e por isso de ano para ano a produção está a subir. Não liguem àqueles que dizem que o preço é baixo, eles querem desgraçar as vossas vidas. O Governo está do vosso lado e nós como membros do FONP também estamos”, referiu José Domingos.
Falando na qualidade de anfintrião da cerimónia, o administrador do distrito de Marínguè, Absalão Chabela, salientou o facto de ao se falar do algodão “falar-se da produção da riqueza e combate á pobreza nas comunidades. O algodão é considerado o quarto maior produto de exportação do sector agrário e o sétimo ao nível geral em que o nosso distrito foi considerado um dos maiores produtores desta cultura de rendimento a nível da província de Sofala”.
Acrescentou que “ao celebrarmos o 20 de Novembro, dia consagrado ao algodão, não nos esqueçamos dos problemas relativos ao preço e às dificuldades de todos os amanhos necessários à produção e devemos manter ou aumentar o actual nível de produção”, exortou, depois de ter congratulado aos produtores locais pela honra de Marínguè ter sido escolhido para acolher as cerimónias do Dia do Algodão.
De referir que a cerimónia foi bastante concorrida, tendo contado com vários produtores, autoridades tradicionais, população em geral e com um convidado especial, conforme referência de Absalão Chabela, em referência ao adminstrador do vizinho e também grande produtor de algodão, Chemba, Joaquim Arota.