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Brown adverte que crise levará 100 milhões à pobreza

Ao menos 100 milhões de pessoas serão empurradas para a pobreza e mais de 500 mil crianças morrerão devido à crise mundial, advertiu nesta sexta-feira o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, na abertura da Cúpula dos Líderes Progressistas, na cidade chilena de Viña del Mar.

“A verdade é que 100 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza como resultado desta crise, e 30 milhões perderão seu emprego”, disse o primeiro-ministro.

“Talvez, a pior estatística de todas seja a do Banco Mundial, que prevê que meio milhão de crianças morrerão, simplesmente, porque não terão o suficiente para sobreviver”. Brown, que falava para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder do Governo espanhol, José Luis Rodríguez, entre outros mandatários, afirmou que este é o momento dos governos agirem para “criar novos empregos e prosperidade”.

“Chegou o momento dos líderes políticos colocarem as pessoas em primeiro plano, agora é o momento da política progressista”. “Devemos redesenhar o mundo, levar adiante uma ação global, e este é o desafio lançado nesta conferência”.

Brown, que chegou ao Chile procedente do Brasil, disse mais cedo que uma das mensagens que devem surgir da reunião do G20, na próxima semana, em Londres, “é que rejeitaremos os países protecionistas, vamos monitorar estes países e, se necessário, criticar os que não observam as práticas do livre comércio”.

Seis dias antes da Cúpula do G-20, na qual os países industrializados e em desenvolvimento buscarão soluções para a crise global, a anfitriã do encontro, a presidente chilena, Michelle Bachelet, advertiu que o “mundo colocará a prova” os progressistas e “estará atento ao que dissermos” em Londres.

“É um momento muito especial para os progressistas, porque nos momentos de crise a tentação populista cresce (…). Temos o grande desafio de criar um ideário que não seja populista, mas que seja popular”. “Precisamos coordenar os esforços dos países nos planos de estímulo fiscal”, destacou Bachelet, que reafirmou ainda seu pedido para uma reestruturação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e uma maior regulação.

“Se algo ficou claro é que a falta de regulação pode provocar sérios transtornos”, assinalou. Bachelet disse ainda que “a crise não pode ser enfrentada deixando de lado o povo e os trabalhadores”. Mais cedo, a líder chilena advertiu sobre a necessidade de se evitar um desabamento social, e pediu soluções globais para a crise.

“Esta crise (…) poderá gerar as piores consequências sociais possíveis. É necessário advertir para o risco de um desabamento social”.

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