Cerca de 200 quilogramas de haxixe, droga extraída de uma planta herbácea cujo consumo produz efeitos alucinogénios, foram apreendidas no período compreendido entre Janeiro e Setembro do corrente ano na província de Nampula.
A droga, tida como sendo de alto valor no mercado, terá entrado para aquela província, a partir do distrito costeiro de Angoche, em circuitos ainda por esclarecer.
Dados tornados públicos pelo director do Gabinete Provincial de Prevenção e Combate à Droga (GPPCD) de Nampula, Germano Joaquim, indicam que a apreensão de 180 quilogramas da droga aconteceu na cidade capital provincial e a restante ainda em Angoche.
Germano Joaquim precisou que das investigações feitas até ao momento constatou-se haver conivência de pescadores, os quais transportam a droga do alto mar até a costa para daqui seguir aos destinatários.
Avança que pelas quantidades apreendidas há fortes evidências de que o produto não seja para consumo local, mas sim que se usa a província de Nampula como simples corredor para chegar a outros pontos. Lembra que a partir de Nampula, o indivíduo consegue acesso a várias paragens, tanto internas como externas.
A convivência com povos de vários quadrantes aliado ao fluxo de transporte, tanto terrestre, ferroviário, marítimo como aéreo de quase todas partes constam do rol dos motivos vistos pelo sector de combate a droga como os que contribuem para a circulação da droga.
No período em análise, segundo escreve o DM, foram apreendidas igualmente, 805 quilogramas de cannabis sativa mais conhecida por soruma, 30 quilogramas de heroína, e quatro quilogramas de cocaína.
Para Germano Joaquim, a apreensão destas quantidades constitui indicador evidente de que Nampula é um corredor de droga, havendo a necessidade de se verificar o que se está a passar.
No entanto, apontou a preocupação pelo lucro fácil como do que se presume seja razão para o envolvimento das comunidades no tráfico ilícito de droga naquele ponto do país.
Ilustra o cenário indicando que em quase todos os distritos com particular destaque para, Nampula-Rapale, Erate, Mogovolas e Murrupula como regiões onde as comunidades estão envolvidas na produção de droga.
Em Nampula-Rapale, por exemplo, a sua instituição conjuntamente com a polícia destruiu este ano uma machamba de quatro hectares, a qual estava disfarçada de milho tendo a soruma como principal cultura.
Processo-crime
Pelo menos 37 pessoas cujas idades variam de 18 a 49 anos recolheram às celas em Nampula indiciadas de tráfico e consumo de drogas.
De forma descriminada, e de acordo com o relatório do gabinete provincial de prevenção e combate à droga de Nampula, o consumo e tráfico de droga na província de Nampula envolveu, três tanzanianos, um libanês e moçambicanos.
Neste momento e de acordo ainda com o mesmo relatório, 26 pessoas encontram-se detidas nas celas da cadeia civil de Nampula entre as quais, nove por tráfico e as restantes por se provar serem consumidoras de droga de vários tipos.