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Moçambola: Ferroviário da Beira é vice-campeão

O Ferroviário da Beira fez história, no último fim-de-semana, ao sagrar-se vice-campeão nacional da temporada 2012 do Moçambola. A equipa comandada por Lucas Bararijo nem precisou de discutir em campo e esperou pela derrota do Ferroviário de Maputo. Outro feito inédito nesta edição do Moçambola foi alcançado pelo Vilankulo FC que terminou o campeonato sem perder e sem sofrer golos em casa. Já o Desportivo de Maputo não soube despedir-se em grande e segue para já ao futebol dos bairros da cidade de Maputo.

Com o Ferroviário de Maputo fora da corrida pelo segundo lugar, depois de ter sido derrotado em pleno Estádio da Machava pela Liga Muçulmana (0 – 1) no sábado, o Ferroviário da Beira já havia garantido o histórico segundo lugar na tabela final do Moçambola. Contudo, era em campo e diante do seu público que a locomotiva do Chiveve queria fazer a festa contra o seu homónimo de Nampula.

O jogo iniciou com a equipa da casa a encostar o adversário no seu próprio campo. Estava patente logo de início que o Ferroviário da Beira queria dar um espectáculo para abrilhantar o público que acorreu em massa ao “Caldeirão do Chivve” para dar as “hossanas” ao novo número dois do país.

E não tardou para que Maninho, à passagem do oitavo minuto, inaugurasse o marcador ao beneficiar de um erro de marcação por parte dos centrais do Ferroviário de Nampula para ganhar posição e desferir o remate.

O Ferroviário de Nampula tentou correr atrás do prejuízo e das poucas oportunidades de golo que criou, sobretudo nas jogadas de contra-ataque, demonstrou falta de pontaria.

Já no segundo tempo, a locomotiva do norte do país foi à busca de equilíbrio, mas sofreu um revês quando Mário, dentro da grande área, sofreu uma falta. O árbitro da partida assinalou grande penalidade e Caló, chamado a cobrar, fê-lo com perfeição fechando as contas do jogo.

Vilankulo FC não sofreu golos em casa

No sábado, o Vilankulo FC manteve a sua invencibilidade caseira ao empatar sem abertura de contagem com o campeão Maxaquene. Aliás, este empate teve um outro sabor visto que ao fim de 13 jogos no seu próprio campo, dos 26 da temporada, os representantes da província de Inhambane no Moçambola mantiveram as suas redes invioláveis o que de per si constitui um feito inédito.

Não só, os marlins tiveram a melhor defesa do campeonato tendo sofrido apenas dez golos, superando até os campeões nacionais que sofreram um a mais.

Perante este cenário, fontes ligadas à direcção daquele clube revelaram ao @Verdade que já foi contestada a inscrição deste marco único no futebol moçambicano e raro a nível internacional no livro de recordes, conhecido por “Guiness Book”.

Grande Desportivo de Maputo despede-se pequeno

Os primeiros 45 minutos foram ao todo pobres em termos de produção de jogo e de oportunidades de golo por parte das duas equipas. Nem o Desportivo nem o Costa do Sol estiveram ao nível de demonstrar que, pese embora não estivesse nada em jogo, havia um clássico por honrar.

Se calhar, foi a pensar no espectáculo amortecido durante a primeira parte que Diamantino Miranda fez saltar do banco Rúben e Reginaldo que deram vida ao brilhante mas também emocionante futebol canarinho. Os alvinegros não souberam responder e perderam-se por completo na relva, ainda com o inconveniente de ver Reginaldo a puxar o esférico para a linha do fundo no lado direito do ataque, centrando-o para Themba que violou as redes pela primeira vez.

O Costa do Sol prosseguiu com o esférico controlado e muito bem escondido, desenvolvendo jogadas que desnudavam uma outra mas também superior qualidade de futebol, que encontrava cumplicidade na inércia táctica do Desportivo de Maputo. A bola temia em não sair do meio-campo alvinegro e o tiki-taka canarinho alegrou o público, com a bola a circular em quase todos os seus sectores de jogo.

Ao minuto 69, numa clara inversão de papéis mas com um outro personagem, David centrou e assistiu Reginaldo para dilatar o marcador.

Nos últimos minutos, face às dificuldades no jogo colectivo, Artur Semedo autorizou aos seus jogadores para que recorressem às jogadas de construção individual que ao minuto 85 surtiram o efeito desejado.

Orlando, sem nada a perder e dentro da grande área passou por dois adversários e deu-se ao luxo de escolher o melhor ângulo para bater Gervásio. Minutos antes do apito final, os alvinegros ainda viram o esférico a ser escandalosamente devolvido pela trave, numa inacreditável final da partida.

Quadro completo de resultados:

Vilankulo FC 0 – 0 Maxaquene

Desportivo 1 – 2 Costa do Sol

Ferroviário da Beira 2 – 0 Ferroviário de Nampula

Ferroviário de Maputo 0 – 1 Liga Muçulmana

Ferroviário de Pemba 1 – 1 Têxtil de Púnguè

HCB 0 – 0 Chingale

Chibuto 1 – 0 Incomáti

Equipas do Moçambola 2014 por província:

Cidade de Maputo

Maxaquene

Costa do Sol

Ferroviário de Maputo

Liga Muçulmana

Matchedje

Província de Gaza

Clube do Chibuto

Província de Inhambane

Vilankulo FC

Província de Sofala

Ferroviário da Beira

Têxtil de Púngue

Estrela Vermelha da Beira

Província de Tete

HCB de Songo

Chingale

Província de Nampula

Ferroviário de Nampula

Desportivo de Nacala

Melhores marcadores:

1. Sonito (Liga Muçulmana ) com nove golos

2. Themba (Costa do Sol) com sete golos

3. Clésio (Ferroviário de Maputo), Jerry (Ferroviário de Nampula), Mário (Ferroviário da Beira) e Luís (Têxtil de Púnguè) com seis golos

Guarda-redes menos batido:

Simplex (Vilankulo FC) com sete golos sofridos

Chico (HCB) com onze golos sofridos

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