A União Nacional de Camponeses (UNAC) realiza, entre 27 e 28 de Novembro corrente, em Maputo, uma conferência nacional sobre gestão da terra. Pretende discutir a problemática do recurso terra e como o seu mau uso perpetua a pobreza e o desmoronamento do tecido social das comunidades rurais no país.
Segundo um comunicado daquela agremiação enviado ao @Verdade, nos últimos tempos, Moçambique passou a ser palco de grandes investimentos, atraindo homens de negócios e companhias de diversos lugares do mundo.
Porém, as políticas agrárias e os grandes investimentos neste sector não têm beneficiado o campesinato, apesar deste ser o grupo social que assegura mais de metade da produção alimentar no país.
“A UNAC constata igualmente, por uma lado, que o maior volume de investimentos em Moçambique está virado para a indústria florestal, produção dos biocombustíveis, monocultura de árvores e mineração em detrimento da produção responsável de alimentos, o que é paradoxal olhando para a situação crónica de défice alimentar que afecta o país.
Por outro, o aumento de investimentos na área da exploração dos recursos naturais através dos chamados mega projectos tem provocado enorme pressão sobre a terra e perda de direito do seu uso e aproveitamento pelas comunidades rurais em Moçambique”, lê-se no documento.
Neste contexto, a UNAC reunirá comunidades camponesas, académicos, organizações da sociedade civil, instituições do governo e o público em geral para discutir esta problemática.
Os outros participantes são o Brasil, a África do Sul e o Zimbabwe. O evento servirá igualmente para partilha de experiências sobre os conflitos de terra e os processos de reforma agrária naqueles países.