O Banco de Moçambique prevê que neste último trimestre a aceleração da inflação seja inevitável devido à evolução de preços de diversos produtos alimentares. Porém, trata-se de um aspecto característico e típico deste período porque há fraca oferta interna de legumes e vegetais e, em contrapartida, há aumento da procura do amendoim e do milho para fazer face á primeira época da sementeira e também verifica-se uma maior procura de divisas.
O administrador Banco Central, Valdemar Sousa, disse, esta terça-feira (13), à Imprensa, em Maputo, que neste quarto trimestre os principais determinantes da inflação são a depreciação do metical face ao dólar dos Estados Unidos da América (EUA) e o rand. Estes factores reflectem-se nos preços dos produtos importados, com realce para os alimentos e apara quadra festiva que é caracterizada pela maior procura de bens e serviços.Os outros factores que concorrem para esta tendência, de acordo com Valdemar Sousa, são a fragilidade da economia mundial, o baixo crescimento do mercado financeiro mundial, a timidez na recuperação da economia dos EUA, a desaceleração económica na zona euro e a moderação do investimento económico nas economias emergentes.
O administrador realçou que “no segundo semestre de 2012, Moçambique cresceu em 8,0 por cento, contra 6,3 do semestre precedente, impulsionado pelo bom desempenho da indústria transformadora e o sector de transportes e comunicações, bem como pelo aumento da exploração e exportação dos recursos minerais, com destaque para o carvão”.
A tendência da redução dos preços das matérias-primas e de produtos energéticos no mercado internacional refleciram-se, segundo Sousa, na generalidade na desaceleração da inflação das economias na região da SADC, com a excepção da economia do Malawi, por causa da subida dos preços da classe de bens alimentares, aliado ao impacto da desvalorização da moeda sobre os custos de importação de alimentos.