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Crédito malparado aumenta em Moçambique

O crédito malparado aumentou para 3,5 por cento, revelam dados divulgados, Terça-feira (13), em Maputo, pelo Administrador do Banco Central, Valdemar de Sousa, em conferência de imprensa sobre a conjuntura económica e perspectiva de inflação em Moçambique.

Na ocasião, o interlocutor sublinhou que não existem motivos para alarme, porque estes níveis de crédito malparado ainda são sustentáveis.

Em 2009, o nível de crédito malparado era de 1,8 por cento, tendo aumentado no ano seguinte para 1,9 por cento. Em 2011 o mesmo cresceu para 2,6 por cento, em Junho voltou a aumentar para 3,2 e em Setembro situou-se em 3,5 por cento.

“O crédito malparado tem uma tendência de crescimento, mas não há motivos para alarme porque o crédito malparado não está a crescer descontroladamente. Os 3,5 por cento mantêm-se a um nível que nos dá uma margem de cautela e prudência do ponto de vista de crédito que é disponibilizado pelo sistema à sua clientela”, disse Sousa.

O Administrador explica que este crescimento justifica-se pelo facto de em 2009, na sequência da crise financeira internacional, o Governo ter autorizado a expansão de crédito à economia para amortizar os efeitos da crise no país.

“As empresas têm maior crédito bancário no país e, por conseguinte, são as que mais se encontram em situação de inadimplência, portanto não cumprem com os planos de pagamento das dívidas. A crise financeira poderá ter contribuído para está situação”, disse.

Segundo Sousa, “é preciso contextualizar esta situação. Quando eclodiu a crise em 2007 e se agravou em 2008, o Banco de Moçambique decidiu tolerar a abertura de concessão de maior crédito a economia para amortizar os efeitos da crise, também porque com a crise as fontes de financiamento estão a fechar, daí esta situação”.

Dados do Banco de Moçambique, citados no relatório da conjuntura económica e perspectivas de inflação, divulgado em Outubro último, referem que até 31 de Agosto do corrente ano o endividamento do sector privado junto do sistema bancário nacional foi de 106.211,8 milhões de meticais (um dólar equivale a 29,5 meticais ao câmbio actual).

Estes números equivalem a uma expansão bimensal de 3.265 milhões de meticais (3,2 por cento). Enquanto isso, em termos acumulados e anuais, a referida expansão foi de 8,1 por cento e 10,3 por cento, respectivamente.

A evolução anual do crédito à economia resultou do incremento tanto da componente em moeda nacional, bem como da moeda estrangeira, que contribuiu com uma maior fatia.

Esta última foi determinada pelo financiamento para as importações e o efeito da depreciação do metical face ao dólar americano.

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