O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) vai reunir-se, Quarta-feira (14), em Addis Abeba, na Etiópia, para discutir o plano de acção para a intervenção militar sob a égide da organização pan-africana no Mali, soube a PANA de fontes seguras.
Segundo as fontes, um plano de intervenção militar contido no Conceito Harmonizado de Desdobramento da Força que foi adoptado pelos chefes de Estado da África Ocidental durante a sua cimeira de emergência organizada, Domingo, em Abuja, na Nigéria, já foi submetido à instância continental.
O conceito será submetido ao Conselho de Segurança das Nações Unidas depois da sua adopção pelo Conselho de Paz e Segurança da UA.
“A nossa intenção é concluir o processo nos 45 dias fixados pelas Nações Unidas”, revelaram as fontes à PANA.
Os chefes de Estado e de Governo do bloco regional dos 15 países membros adoptaram, Domingo, o Conceito de Intervenção decidido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) com a assistência de peritos da UA, da União Europeia e das Nações Unidas.
No seu comunicado, os líderes instaram o Conselho de Paz e Segurança da UA “a adoptar o conceito e a submetê-lo ao Secretário-Geral das Nações Unidas no prazo fixado na resolução 2071”.
Eles exortaram igualmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas a examinar o conceito “para autorizar o desdobramento duma força militar internacional no Mali, em conformidade com o artigo VII da Carta das Nações Unidas”.
No quadro do conceito, o efectivo de 3.300 soldados que a CEDEAO previu inicialmente desdobrar no Mali será elevado para 5.500 e o resto das tropas será fornecido por países fora do bloco regional.
Os líderes da CEDEAO declararam que eles vão continuar a articular as negociações para a intervenção militar para pôr termo à crise política e de segurança no Mali, apesar da iminência do espectro da acção militar.
“Ao engajar o diálogo e as negociações com algumas facções que controlam o norte do Mali, vamos continuar os nossos preparativos para uma acção militar contra os grupos terroristas e criminosos que fizeram refém as populações desta região do Mali”, declarou, Domingo, em Abuja o Presidente em exercício da CEDEAO e presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.
O Mali está mergulhado numa crise desde o golpe de Estado militar de 22 de Março e a tomada do poder no norte do país por grupos separatistas tuaregues e terroristas.