Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Depois de suicídios Espanha promete moderar os despejos

O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, prometeu, esta Segunda-feira (12), que nenhuma família necessitada ficará sem moradia por causa da inadimplência hipotecária, numa resposta à indignação popular depois do suicídio de uma mulher que estava a ser despejada.

A associação espanhola dos bancos informou que os seus filiados vão suspender durante dois anos as ordens de desocupação contra mutuários que tenham sido particularmente afectados pela crise económica e pelo desemprego recorde.

Os bancos recuperaram cerca de 400 mil imóveis na Espanha desde o estouro da bolha imobiliária no país, em 2008. O país em seguida mergulhou numa recessão que deixou milhões de pessoas sem emprego e impossibilitadas de pagar os seus financiamentos imobiliários.

O suicídio de Amaia Egaña, de 53 anos, ocorrido, Sexta-feira, inflamou uma opinião pública já irritada com a suposta falta de compaixão dos bancos, muitos dos quais beneficiaram-se de resgates financeiros organizados pela elite política e financiados pelo contribuinte.

Egaña, ex-vereadora socialista no norte da Espanha, saltou do seu apartamento de quarto andar em Barakaldo, no País Basco, quando os oficiais de Justiça tentavam desalojá-la por inadimplência.

Falando em Bruxelas, De Guindos disse que é vital impedir os despejos num momento em que muitos imóveis construídos durante a febre imobiliária pré-2008 estão desocupados.

“Actualmente na Espanha, temos quase 1 milhão de unidades habitacionais vazias. Nesta situação, o governo e o Ministério da Economia… precisam de tomar medidas para que nenhuma família de boa fé fique sem casa.

Esse é o nosso compromisso.” Diante da pressão da opinião pública, o primeiro-ministro Mariano Rajoy pediu, Segunda-feira (12), a funcionários do seu Partido Popular e da oposição socialista que acelerem as negociações sobre as reformas das leis de despejo.

Mas a Associação Espanhola dos Bancos disse que os seus filiados já acertaram com o governo, semana passada, uma suspensão por dois anos dos despejos que atinjam as famílias mais carentes, segundo uma nota divulgada, Segunda-feira, pela entidade.

Sábado, os adeptos do Rayo Vallecano, equipa de um bairro proletário de Madrid, estenderam no estádio uma faixa com alusão a Egaña e a outros casos semelhantes.

“Não são suicídios, são assassinatos. Os bancos e políticos são cúmplices. Parem com os despejos!”, dizia o cartaz.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts