A Polícia da República de Moçambique (PRM) está preocupada com o recrudescer de casos de agressões físicas com recurso a instrumentos contundentes no distrito de Mueda, província de Cabo Delgado, na zona norte do país.
Bernardo Massunguine, comandante distrital da PRM em Mueda, disse sem entrar em muitos pormenores que Outubro último foi o mês mais violento do corrente ano, depois de no terceiro trimestre terem sido registados apenas dois casos, destacando que os protagonistas, para lograrem seus intentos recorrem a machados e catanas.
Massunguine é citado pelo jornal Diário de Moçambique como tendo dito que isso preocupa particularmente o governo e as autoridades policiais de Mueda, tendo em conta que os casos relevantes ocorridos em Outubro têm como causa ajuste de contas, conflitos sociais e disputa de bens de falecidos, ciúmes, violência doméstica, acusações de feitiçaria. Massunguine adiantou que o assunto merece um estudo por parte da corporação e do governo no sentido de se encontrar formas para combater o crime de ofensas corporais voluntárias simples e qualificadas que afectam aquela região.
As ofensas corporais são frequentes ocorrem no seio das comunidades de Mpeme, Nandimba, Miula, Litembo e Wavi, disse o comandante distrital da polícia. O comandante sublinhou que as acções de combate a este mal social devem ser concentradas na mobilização e sensibilização da população para abandonar a prática de “justiça pelas próprias mãos”, uma atitude que geralmente acaba afectando pessoas inocentes.
O exemplo mais recente registou-se numa das aldeias do posto administrativo da sede-distrital, onde uma criança doente, antes de entrar em estado de coma, declarara perante os pais que foi vítima de magia africana, numa operação de feitiçaria que juntou dançarinas de um grupo cultural local. Em retaliação o pai da criança, ora finada, feriu gravemente o chefe do referido grupo cultural, na cabeça com um machado e depois empreendeu uma fuga que foi travada pela acção policial, já no distrito de Mocímboa da Praia.
O comandante da PRM em Mueda lamentou ainda o surgimento de um caso que considerou esporádico de uma alegada revolta popular na aldeia Namaua, contra o líder comunitário local, acto que igualmente resultou no arriar da bandeira nacional hasteada na residência daquele dirigente comunitário.