O Ministério da Saúde (MISAU) anulou os exames realizados no sábado passado (03) para ingresso nos institutos de Ciências de Saúde das províncias de Maputo e Tete por ter suspeitado que um número considerável de candidatos teve acesso às provas antes do dia e hora marcados para sua efectivação.
Ainda não se sabe como nem quem terá furado o esquema de segurança. O cúmulo é que até os guiões de correcção dos mesmos exames andavam também à “solta”.Esta sexta-feira (09), logo pela manhã, o @Verdade contactou o Instituto de Ciências de Saúde (ICS) em Maputo, a sede. A directora-adjunta pedagógica daquela instituição de formação de técnicos-profissionais para saúde, Lágrima Mausse, confirmou o caso mas de forma evasiva.
“A anulação dos exames foi da responsabilidade do Ministério da Saúde. O que posso dizer é que recebemos um documento da instituição informando a invalidação dos exames aos cursos de saúde, através do despacho feito pelo próprio ministro (Alexandre Manguele. Os mesmos serão realizados no dia 24 do mês corrente, pelas 8horas, por isso eu não posso dizer mais nada. Só me guio pelo despacho do ministro, que se refere à Maputo, das outras províncias não sei e quem pode responder é o próprio ministério”, disse Lágrima Mausse.
Pela indicação da pedagógica, o @verdade dirigiu-se ao MISAU, onde Luísa Maria Panguene, directora-adjunta Nacional de Recursos Humanos, afirmou: “não posso dizer exactamente o que aconteceu porque dependemos dos resultados de uma equipa de inspecção do MISAU que está a investigar o assunto. Logo que tivemos informações segundo as quais os exames já teriam estado nas mãos dos examinandos antes da data prevista para a realização algo será dito”.
Entretanto, adiante a directora entrou em contradição com o que acabava de afirmar ao referir que “houve dois processos, o primeiro foi anulação dos exames em Maputo, por termos constatado que havia circulação das provas de exames e dos respectivos guiões de correcção. Para Maputo, dos cinco exames realizados (Português, Matemática, Biologia, Química e Física) foram anulados três (Português, Biologia e Química), uma vez que tivemos conhecimentos que houve problemas nessas disciplinas”.
O segundo foi para Tete, donde chegou a informação segundo a qual as provas iniciaram 4horas depois do tempo previsto. “Este atraso fez com que as informações das provas dos guiões chegassem até eles (os examinandos) através de telefones e outros meios de comunicação. Por via disso, decidimos anular e repetir todos os cinco exames”, explicou.
A interlocutora do @Verdade declarou também que é a primeira vez que acontece uma situação de género, sem, no entanto, com isso querer dizer que situações de fraude não têm acontecido no ICS.
Esta dirigente afirmou ainda não saber como é que as pessoas conseguiram furar o sistema de segurança, pois, existem técnicos do Ministério da Educação que participam na elaboração dos exames e a reprodução é feita internamente no MISAU. Disse não saber dizer se a investigação vai ou não levar muito tempo, pois ela não faz parte da equipa de inspecção.
