As autoridades cubanas detiveram, Quinta-feira (8), pelo menos 10 dissidentes, entre eles a blogueira Yoani Sánchez, após o governo comunista da ilha ter advertido, semana passada, que poderia acabar com as acções da oposição na missão diplomática dos EUA em Havana, de onde se pode acessar a Internet.
Sánchez, de 37 anos e que mantém um blog crítico ao governo cubano, foi “detida” e levada a uma delegacia de polícia em Havana onde outros activistas da oposição estavam detidos desde a véspera.
Não estava claro de imediato se os dissidentes foram a delegacia protestar contra as detenções, mas o blogueiro Yohandry Fontana, ligado ao governo, disse que Sánchez foi “detida” por “alteração da ordem pública e indisciplina social”, citando uma fonte policial.
“Os detidos não foram agredidos como costuma ocorrer noutros países quando acontecem estes incidentes”, disse a fonte policial, segundo Fontana.
O blogueiro acrescentou, na noite da Quinta-feira, que os dissidentes “serão libertados nas próximas horas, como sempre acontece neste tipo de procedimento”.
Elizardo Sánchez, porta-voz da ilegal mas tolerada Comissão Cubana de Direitos Humanos, disse que de 15 a 20 pessoas foram detidas, entre elas Guillermo Fariñas, ganhador do prémio Sajarov do Parlamento Europeu de Direitos Humanos em 2010.
As detenções aconteceram dias após o Ministério das Relações Exteriores de Cuba ter dito que a missão diplomática de Washington em Cuba incentiva acções da dissidência através de cursos e do uso da Internet para “fabricar um movimento de oposição”.