O Maxaquene tornou-se, no último domingo (05), o vencedor da edição 2012 do campeonato nacional de futebol, o Moçambola. A equipa tricolor venceu o Têxtil de Púnguè e esperou pelo apito final no campo do Chibuto, dando conta do empate entre o clube local e o Ferroviário de Maputo, o segundo classificado, para festejar mais um título. Porém, a duas jornadas do fim, a luta pela manutenção continua renhida com o reacender da luz da esperança para o Desportivo de Maputo, que despromoveu o Incomáti.
É o pentacampeonato conquistado na história da existência do Clube dos Desportos do Maxaquene, e décimo título vencido por Arnaldo Salvado, que consagra a sua posição de treinador que mais troféus obteve no futebol moçambicano da primeira divisão.
E o feito foi alcançado a duas jornadas do fim da época com ainda seis pontos por disputar, graças ao Ferroviário de Maputo que decidiu “atirar a tolha ao chão” entregando ao Maxaquene o que só ao Maxaquene competia e com apenas uma condição: demonstrar que é campeã por merecer.
Por esse motivo, à passagem do minuto 66, quando numa jogada de insistência, após dois cabeceamentos não certeiros de Betinho e Hélder Pelembe, o central Gabito surgiu nas alturas para também, de cabeça, levar o esférico até ao fundo das malhas do guarda-redes Daúde, para o delírio total dos “maxacas”.
Atingiu-se o minuto 90 e a festa foi plena, afinal, há nove anos que os adeptos tricolores não viam o seu clube sagrar-se campeão. No cômputo geral, foi uma partida difícil para o Maxaquene, que apesar do seu manifesto domínio, não conseguia ultrapassar o sistema defensivo muito bem montado por Akil Marcelino, treinador ao serviço do Têxtil de Púnguè.
No entanto, apesar da defesa consistente, a equipa beirense recorreu demasiadamente ao anti-jogo com o famoso “cai-cai”, que começou ainda no decurso da primeira parte quando ao minuto 18 o guarda-redes Daúde começou com o “espectáculo”.
Foi uma atitude irritante e não benéfica para o futebol onde até o árbitro, Filimão Filipe, perdia constantemente a paciência mandando o jogo prosseguir mesmo quando os jogadores do Têxtil se estatelavam no relvado. Foram inclusive mostrados alguns cartões amarelos a atletas que pautaram por aquela atitude, sendo um deles o guarda-redes Daúde.
Estranho foi que depois do golo do Maxaquene nenhum jogador do Têxtil de Púnguè foi ao chão mesmo em situação de toque que os obrigaria a clamar por uma assistência médica.
Com a derrota, o Têxtil de Púnguè, para além de ter servido de “estrada” para o Maxaquene conquistar o título, viu a sua situação complicar- -se na tabela classificativa uma vez que ainda não tem garantida a manutenção, para a próxima época do Moçambola.
Desportivo “adia” a despromoção
Se só um milagre pode garantir a manutenção ao Desportivo de Maputo na prova máxima do futebol moçambicano, então Deus é pai e, ainda pode ser alvi-negro.
A equipa comandada por Artur Semedo venceu o Incomáti por um a zero na 24ª jornada e aproveitou- se do empate do Chingale de Tete diante do Ferroviário de Pemba e da derrota do Têxtil frente ao campeão Maxaquene para relançar a luta pela manutenção.
O único tento da partida foi marcado por Dário Monteiro, ainda no decurso da primeira parte, resultado que fez com que a desvantagem do Desportivo no topo da zona da despromoção reduzisse para apenas dois pontos para com o Chingale, na 11ª posição. O Incomáti, com esta derrota, segue para a prova máxima do futebol provincial de Maputo da próxima temporada, com o objectivo de lutar por um lugar no Moçambola 2014.