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Presidencias nos EUA: …e depois do furação voltamos a campanha

Presidencias nos EUA: ...e depois do furação voltamos a campanha

Há males que vem para o bem. Milhões de norte-americanos sentem na pele os efeitos do super furação Sandy. A campanha para as Presidencias teve que parar… ou melhor os candidatos pararam porque o Presidente puxou do galões, assumiu o comando e virou estrela da catástrofe.

Empurrado pelo furação Barack Obama assumiu o protagonismo nos últimos dias, visitou as zonas afectadas, consolou quem perdeu tudo, garantiu apoio federal na reconstrução e ainda conseguiu que um dos principais apoiantes do seu rival na corrida à Casa Branca, o Governador Chris Christie, da Nova Jérsia, um dos Estados mais devastados pela intempérie, elogiasse o seu trabalho. Christie foi a estrela da convenção republicana, que legitimou a candidatura de Romney e ainda previu um bom comportamento do candidato nos debates televisivos, como aconteceu.

Outro apoio de peso conseguido por Obama foi do Mayor de Nova Iorque, outro dos Estados fustigados pelo furação, Michael Bloomberg que vê no democrata uma melhor escolha na luta pela preservação do nosso meio ambiente que está afectar o clima em todo planeta e é apontado como um dos factores da força devastadora do Sandy.

Entretanto Obama recuperou a sua mensagem de unidade nacional “não há democratas ou republicanos durante um furação, só existem compatriotas norte-americanos” e o melhor que Mitt Romney conseguiu foi organizar uma doação de alimentos e repetir os mesmos ataques pessoais. O republicano continua a contradizer-se dando mesmo azo a que a prestigiada revista Economist, desta semana, escreva “o Sr. Romney tem um plano para a economia apenas se o eleitor não acreditar no que ele tem dito”.

Mitt Romney chegou a estar em vantagem no voto popular, mas o democrata lidera nos votos colegiais, o que é decisivo para conquistar a Presidência e aqui as dúvidas centram-se nos chamados «swing states», os estados que ainda não apresentam uma forte tendência para cada candidato. As dúvidas subsistem nomeadamente em novo estados: Carolina do Norte, Colorado, Flórida, Iowa, Nevada, New Hampshire, Ohio, Virginia e Wisconsin.

Live Free or Die

Conhecido como “Estado do Granito” pelas muitas pedreiras e formações rochosas, New Hampshire tem 1,3 milhões de habitantes e localiza-se no nordeste dos EUA. É um dos 13 Estados americanos originais e orgulha-se de ter sido a primeira colónia da América do Norte Britânica a rebelar-se contra o Reino Unido, em janeiro de 1776. Por fazer parte da União desde seu princípio, New Hampshire participou de todas as 56 eleições presidenciais da história do país.

Na mais recente delas, em 2008, o atual presidente Barack Obama venceu o republicano John McCain por 9 pontos percentuais e assegurou os quatro votos que o Estado tem direito no colégio eleitoral. No entanto, apesar de ter votado em candidatos democratas em quatro das últimas cinco eleições e de estar cercado por Estados “azuis” (cor que representa o Partido Democrata), New Hampshire tem um passado de alinhamento com os republicanos – votou “vermelho” por 60 anos seguidos entre 1856 e 1908 – e, atualmente, é considerado mais um dos chamados Swing States.

O candidato republicano Mitt Romney que tem neste Estado uma das suas casas e já anunciou que fará o encerramento da sua campanha, na próxima segunda-feira à noite, neste Estado onde há 16 meses deu início a sua candidatura.

Outra tradição de New Hampshire é a realização das primeiras primárias partidárias do país – a prévia local é antecedida apenas pelo cáucus de Iowa. Juntos, os dois Estados, que não possuem muita representatividade em termos de colégio eleitoral, são responsáveis por dar o tom da corrida intrapartidária. O pré-candidato que vence em Iowa e New Hampshire normalmente acaba por ser indicado do partido para a eleição.

Numa visita ao capitólio da cidade capital, Concord, onde funciona o mais antigo edifício de uma Camara dos Representantes do povo do país, pode-se ver uma imagem do agora Presidente a desembarcar no aeroporto local carregando as suas malas. E Obama deverá ainda passar pela cidade que se orgulha de ser livre e até um lema a condizer que todos automobilista carregam nas matrículas “Live Free or Die”.

Tradições

Outra peculiaridade deste Estado é que seus eleitores podem ir às urnas a partir da meia-noite, tornando-os dessa forma os primeiros a poderem votar ao vivo, tanto nas primárias quanto para presidente. Em New Hampshire o voto antecipado não é permitido. As pesquisas indicam uma ligeira vantagem de Romney, mas o Professor de ciência política, Dante Scala, da Universidade New Hampshire, destaca que os norte-americanos querem gostar de Barack Obama pois julgam que ele tem um bom coração apesar de poder não estar a fazer um bom trabalho.

Segundo o académico Romney poderá ser um bom gestor mas não tem coração, ou pelo menos a sua campanha não conseguiu mostra-lo como um homem bom. Scala prevê que se Mitt Romney vencer New Hampshire, com uma vantagem de pelo menos cinco pontos percentuais, poderá indicar uma votação massissa de eleitores independentes ou não republicanos o que poderá também refletir-se a nível nacional.

Mas ainda faltam quatro dias para a votação e a campanha continua!

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