O novo elenco directivo do Conselho Nacional do Voluntariado (CNV), eleito por unanimidade, em Julho deste ano, e que devia ter tomado posse 15 dias depois da sua eleição, está a ser impedido de o fazer alegadamente porque o presidente, Luís Mutombene, saído desse escrutínio, pertence ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Luís Mutombene reuniu-se, esta sexta-feira (26), em Maputo, com os membros do CNV para analisar e denunciar o clima vigente. Nas suas palavras, alguma mão invisível, com cunho político, pretende transformar aquela organização civil numa máquina partidária para a satisfação de interesses pessoais e para servir à Frelimo.Mutombene, ora impedido de tomar posse, manifesta-se indignado, pois, por várias vezes tentou, sem sucesso, restabelecer a ordem e o respeito das normas estatutárias que regem o CNV, mas não foi acolhido pelo elenco cessante.
O agastamento daquele membro do MDM, supostamente impedido de exercer o deu direito cívico, é ainda maior porque tomou conhecimento de que o elenco cessante está a fazer de tudo para nomear, à revelia, ao cargo de presidente do CNV, uma outra pessoa que pertença ao partido Frelimo.
Perante este conflito político, as actividades daquela organização ficaram paralisadas. Por várias vezes buscou-se, internamente, formas de ultrapassar o impasse, mas “a arrogância e a obsessão pelo poder levaram a Comissão Política da Frelimo a intrometer-se no assunto”.
Este caso, de acordo com Mutombene, mostra que a sociedade civil moçambicana não está emancipada, razão pela qual a clara intenção de colocar membros da Organização da Juventude Moçambicana (OJM) na liderança do CNV.
“Fui ameaçado de morte pelo secretário-geral da OJM á nível da cidade de Maputo, Alex Muianga, por não aceitar a realização de uma nova assembleia-geral marcada para Dezembro próximo, mas a decorrer sem o conhecimento dos membros”, revelou.
