Fazem a lista de xiconhoquices desta semana a Recusa de demissão do Gert Engels, o Encerramento da Rádio Comunitária Macequece e o Baleamento de um escrivão em Nampula.
1. Recusa de demissão do Gert Engels
O seleccionador nacional de futebol, o alemão Gert Engels, logo depois do indigno massacre de Marraquexe, fez o que a si cabia, colocando o lugar à disposição da Federação Moçambicana de Futebol. Porém, Faizal Sidat recusou a posição do alemão e concedeu-lhe uma semana de descanso junto da família na Alemanha, para permitir que este se possa refazer do banho desportivo que culminou com a traumática goleada de 4 a 0 frente ao Marrocos.
Algo está mal aqui e que só um cidadão atento consegue perceber, aliás, é esta a análise que é feita pelos leitores que elegeram esta xiconhoquice.
É que, no entender dos mesmos, em qualquer país do mundo, o sucedido em Marraquexe é fundamento suficiente para qualquer treinador colocar o lugar à disposição e, mais do que isso, em última instância, o presidente da federação até o próprio ministro dos desportos.
Esta decisão da FMF, como acusam os nossos leitores, só prova que há favorecimentos, compadrios e comissões com o nome de Gert sobretudo no seu ordenado, ou seja, Gert Engels pode não estar a receber o mesmo ordenado que sai dos cofres do Estado.
Eis as questões que teimam em não se calar: Se foi provada a incompetência dos treinadores estrangeiros, porque é que ainda insistimos neles e ainda lhes oferecemos chorudos ordenados e Maregalias? O que mais tem a fazer Gert Engels aqui como seleccionador nacional?
E como recomendam os nossos leitores, seria tão bom que ele fosse trabalhar na Escolinha de Tico como treinador-adjunto de uma equipa de formação, ena pá…!
2. Encerramento da Rádio Comunitária Macequece
A Rádio Comunitária Macequece foi forçada a interromper a sua emissão esta sexta-feira (12) cerca das 15h10 por ordem do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Manica, Moguene Materisso Candieiro.
Os motivos deste atentado à liberdade de imprensa são ainda desconhecidos. Segundo a Rádio Catandica, os voluntários da Rádio Macequece encontravam-se em plena actividade no momento em que uma brigada do Conselho Municipal da Cidade de Manica, na companhia da Polícia Municipal, ordenou o encerramento daquela estação emissora.
Haja vergonha e tamanha estupidez. Já não basta ter de aturar políticos sem um pingo de noção do que fazem e agora ter de suportar decisões estultas como esta! É demais.
Se calhar a mente de alguns ainda jaz na era pós-independência onde, do nada, tomavam-se decisões a bel-prazer só porque há quem detêm o poder. Aliás, porque estamos na era moderna, este tipo de decisão só pode ser encontrada em países como a China e Coreia de Norte onde a ditadura continua a conduzir os destinos do povo.
Mas porque nunca sociedade nem todos devem ser racionais, no entender dos nossos leitores, há que dar a mão à palmatória pela sábia decisão no intelecto do Moguene Materisso Candieiro.
3. Baleamento de um escrivão em Nampula
Um membro da Polícia da República de Moçambique (PRM) afecto à guarda do Tribunal Judicial da Cidade de Lichinga, alvejou acidentalmente a tiro o Escrivão daquele órgão na sequência da fuga de dois reclusos que iam a uma audiência.
Ao que foi apurado, o agente da lei e ordem que se encontrava fora do edifício foi alertado da fuga e encetou uma série de disparos tendo um atingido o braço do funcionário que na altura dava entrada no tribunal para mais um dia de trabalho.
O indivíduo, felizmente, encontra-se fora do perigo mas ainda sob cuidados médicos numa unidade sanitária daquele ponto do país. Nem mais uma palavra. Acabaram-se as balas perdidas e agora surgem outras para acabar com os inocentes indesejados deste país: balas acidentais.
Enfim, e como nos escreveu um leitor: acidentalmente seremos alvejados nós os moçambicanos de terceira, os tais que ficam “parados na paragem duas a três horas e meia, calados e sem coragem duas a três décadas e meia, embriagados com o nosso medo à nossa maneira…(porque neste país) a justiça funciona para todos os criminosos de primeira” (Excepto da música de Azagaia, Filhos da…).