Boa tarde a toda equipa do Jornal @Verdade. Vim através deste meio expor a minha reclamação em torno dos Transportes Públicos Municipais. Não é pela primeira vez que os passageiros são colhidos de surpresa pelos cobradores. Desta vez foi no autocarro número 14, que faz a rota Museu-Marracuene.
Há dias apanhei-o no Ponto Final e, quando tirei 5,00 meticais para comprar o bilhete, o cobrador disse-me que o mesmo custava 10,00 meticais, independentemente do destino do passageiro. De seguida questionei o facto de ter de pagar 10,00 meticais apesar de ter como destino a Praça da Juventude, no bairro de Magoanine.Em jeito de resposta, ele disse que a empresa já tinha abolido o sistema de dois bilhetes (um válido até Zimpeto e que custa 5,00 meticais e o outro para Marracuene, de 10,00 meticais). “O autocarro desta rota deixou de vender dois bilhetes, independentemente de onde o passageiro tenha subido ou vá descer”.
Na verdade eu não estou a negar que os Transportes públicos Municipais, como instituição, tenham alterado o sistema. Mas porque os serviços são destinados ao público, por que razão quando há uma mudança seja de rota ou operacional, não informam? Como resultado, somos colhidos de surpresa, e, não raras vezes, entramos em esquemas de corrupção com os operadores.
Resposta
Para se inteirar do assunto, a reportagem do @Verdade dirigiu-se à Empresa Municipal de Transporte Rodoviário de Maputo (EMTPM), outrora Transportes Públicos de Maputo (TPM), onde falámos com o administrador para a área das Operações de Tráfego, Armando Bembele, que confirmou a abolição do sistema de dois bilhetes não só na rota Museu-Marracuene, mas também na rota Praça dos Trabalhadores- Marracuene.
“Já há muito tempo que nestas duas rotas praticamos o modelo de tarifa única. Se nalgum momento tiverem sido usados dois bilhetes, isso terá sido uma falha.
Se cobrássemos cinco ou 10 meticais, dependendo do local onde o passageiro apanha o autocarro, registaríamos casos em que os passageiros da cidade de Maputo enchessem o autocarro e os que realmente vão a Marracuene teriam enormes dificuldades para ter o transporte”, conta.
Armando Bembele avança que a introdução dos autocarros de/e para Marracuene foi no sentido de ajudar a população daquele distrito, razão pela qual o bilhete de 10 meticais foi concebido, tendo em conta uma viagem completa.
“A introdução dos bilhetes de tarifa única depende da natureza da zona ou da rota. Por ser uma viagem de longo curso, geralmente os passageiros apanham o autocarro de terminal para terminal, o que não acontece com os autocarros que operam dentro da cidade e periferia, onde os passageiros descem de paragem em paragem”, justifica.
