Dois cientistas norte-americanos ganharam o Prémio Nobel de Química de 2010 por mostrarem como as células do corpo respondem a estímulos, como por exemplo uma injecção de adrenalina, um trabalho que pode ajudar no desenvolvimento de remédios mais eficientes, anunciou o comité da premiação, esta Quarta-feira (10).
A Academia Real Sueca de Ciências disse que o prémio de 1,2 milhão de dólares foi para Robert Lefkowitz e Brian Kobilka pela descoberta do trabalho dos receptores acoplados à proteína G, que são as entradas das células para reagir com mensagens químicas.
“Cerca de metade de todos os medicamentes agem através desses receptores, entre eles os beta bloqueadores, anti-histamínicos e vários tipos de medicamentos psiquiátricos”, disse o comité.
Descobrir melhores formas de alcançar os receptores é uma área de extrema importância para as indústrias farmacêutica e de biotecnologia.
Lefkowitz disse, numa entrevista colectiva por telefone, que estava a dormir quando recebeu o telefonema da Suécia. “Não ouvi. Preciso de confessar que durmo com protector de ouvido para dormir. Então a minha mulher deu-me uma cotovelada. Foi assim, surpresa e choque total”, disse.
Sven Lidin, professor de química inorgânica na Universidade Lund e presidente do comité, disse em entrevista colectiva que a descoberta foi fundamental no desenvolvimento de pesquisas médicas.
“Saber o que eles (os receptores) parecem e como eles funcionam vai nos fornecer as ferramentas para fazer remédios com menos efeitos colaterais”, afirmou.
O Nobel de Química foi o terceiro a ser anunciado este ano. Os prémios nas áreas de Ciência, Literatura e Paz foram entregues pela primeira vez em 1901, seguindo o testamento do empresário inventor do dinamite, Alfred Nobel.
