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Polícia grega enfrenta manifestantes durante a visita de Merkel

A polícia grega lançou gás lacrimogéneo e bombas de efeito moral contra manifestantes no centro de Atenas que tentaram ultrapassar uma barreira de segurança e alcançar a chanceler alemã, Angela Merkel, que visita o país, esta Terça-feira (9).

Dezenas de milhares de manifestantes desafiaram a proibição a protestos e reuniram-se na praça Syntagma para expressar descontentamento com a líder alemã, a quem muitos culpam por forçar dolorosas medidas de austeridade à Grécia em troca de dois pacotes de resgate da UE e FMI, que somam mais de 200 bilhões de euros.

Alguns atiraram pedras, garrafas e paus contra a polícia, e tentaram passar pela barricada colocada para proteger Merkel, que reunia-se com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, no gabinete dele a muitas centenas de metros de distância.

A polícia deteve dezenas de manifestantes durante o evento, que foi um dos maiores protestos em meses no país.

Os protestos estavam proibidos na maior parte do centro de Atenas e 6 mil policiais estavam de prontidão, incluindo unidades antiterroristas e franco-atiradores nos telhados, para garantir a segurança durante a primeira visita de Merkel desde que a crise da zona do euro surgiu na Grécia, no final de 2009.

“Merkel deveria ir para casa. Por que ela está aqui? Ela já nos feriu o suficiente”, disse Mina Botsi, de 50 anos, mãe de dois filhos que está desempregada. “A única coisa que ela quer é mais e mais austeridade. Nós não aguentamos mais.”

A líder alemã tem várias razões para ir agora. Ela quis mostrar apoio ao primeiro-ministro grego Samaras, um colega conservador que luta para impor mais cortes a uma sociedade desgastada depois de cinco anos de recessão paralisante.

Numa colectiva de imprensa conjunta, Merkel elogiou o governo grego pelo que ela descreveu como sucessos importantes nas reformas, mas disse que mais trabalho é necessário para reduzir a montanha de dívida do país e restaurar a competitividade.

“Muito foi conquistado”, disse Merkel. Samaras afirmou que os gregos estavam “a sangrar”, mas que vão prender-se às promessas de reforma e que estão determinados a continuar no euro.

Professores, médicos e outros funcionários públicos paralisaram as actividades, esta Terça-feira, num gesto de protesto, enquanto os sindicatos e os partidos políticos da oposição disseram que tomariam as ruas.

Na véspera da visita, milhares de sindicalistas reuniram-se na Praça Syntagma, diante do prédio do Parlamento grego, agitando bandeiras nacionais. Dentre as faixas estavam palavras de ordem que incluíam: “Não chore por nós, Angela” e “Angela, você não é bem-vinda.”

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