O Governo moçambicano deverá disponibilizar até 2017 cerca de 1,4 bilião de meticais para financiar pequenos agricultores nacionais interessados na produção de hortícolas para o mercado interno e exportação para os países vizinhos da África Austral.
Aquela linha de crédito visa incentivar a produção, comercialização e agro-processamento de tomate, cebola, repolho, couve, alface, pimento e batata-doce, segundo o Ministério da Agricultura (MINAG), salientando que os beneficiários da mesma linha representam mais de 20% da despesa dos agregados familiares moçambicanos.
Apesar do elevado potencial existente naquele sector, somente 7011 hectares são utilizados no país para a produção de hortícolas no país e grande parte dos produtores é do sector familiar que “usa técnicas elementares de baixa aplicação de insumos melhorados”, segundo ainda o MINAG, acrescentando que a rede de comercialização daquelas culturas é também “deficiente e dominada por elevado número de comerciantes informais”.
Aquela instituição realça ainda que os actuais custos de transacção inter-regionais de hortícolas são altos e limitam o desenvolvimento de canais de comercialização daqueles produtos pelos operadores nacionais, para além de que o sistema logístico para recolha, embalagem, armazenamento e transporte é ineficiente e informal, “com volumes pequenos a serem transportados individualmente e a custos elevados por tonelada, contribuindo para que o preço ao consumidor seja alto”.
O fraco domínio de tecnologias, inexistente rede de fornecimento de insumos agrícolas, baixo aproveitamento de regadios, elevadas perdas pós-colheitas, estradas deficientes e acesso limitado a serviços financeiros são apontados como os principais constrangimentos que impedem o pleno desenvolvimento daquele sector produtivo.
Contudo, o programa de financiamento ao sector poderá garantir que os produtores adquiram “todos os meios necessários para o sucesso da sua produção e sua comercialização dentro e fora do país”.
O programa inclui ainda a introdução de variedades de hortícolas utilizadas no Brasil e Estados Unidos da América (EUA), termina o documento do Ministério da Agricultura.